A produção industrial brasileira registrou crescimento de 0,8% em agosto na comparação com o mês anterior, informou o IBGE nesta sexta-feira, 3, interrompendo uma sequência de quatro meses seguidos sem crescimento. Esse foi o maior avanço mensal desde março, quando a produção das fábricas cresceu 1,7%.

Na comparação com agosto de 2024, a produção caiu 0,7%.

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O resultado veio melhor do que o esperado. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 0,3% na variação mensal e de queda de 0,8% na base anual.

“Com esse resultado, a produção industrial se encontra 2,9% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda está 14,4% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011”, destacou o IBGE.

No acumulado do ano, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial avançou 0,9%, e, em 12 meses, 1,6%. A média móvel trimestral subiu 0,3% no trimestre encerrado em agosto, frente ao nível do mês anterior, após registrar quedas em julho (-0,2%) e junho (-0,4%), quando interrompeu a trajetória ascendente iniciada em fevereiro de 2025.

O levantamento do IBGE mostrou que 16 das 25 atividades industriais pesquisadas tiveram aumento de produção em agosto. As influências positivas de maior destaque foram exercidas por produtos farmoquímicos e farmacêuticos (13,4%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,8%) e produtos alimentícios (1,3%).

Entre as nove atividades que apontaram queda na produção, produtos químicos exerceram o principal impacto, com queda de 1,6%, interrompendo três meses consecutivos de crescimento.

Perspectivas

O setor industrial brasileiro, segundo economistas, tende a seguir mostrando falta de tração este ano diante dos efeitos da política monetária restritiva, com a taxa básica de juros Selic em 15%, que dificulta o crédito e afeta decisões de investimentos.

A Fiesp projeta crescimento de 0,9% da produção da indústria em 2025, após alta de 3,1% em 2024. “Apesar do resultado positivo em agosto, a perspectiva para os próximos meses de 2025 é de desaceleração da atividade industrial, devido, sobretudo, aos juros elevados – com o agravamento das condições de crédito, aumento da inadimplência e do endividamento. Além disso, o contexto internacional mais adverso representa um desafio adicional à indústria”, destacou, em nota.

Com informações da Reuters