As vendas do comércio cresceram 0,2% em agosto, na comparação com julho, interrompendo uma sequência de quatro quedas seguidas. Na comparação com agosto de 2024, a alta foi de 0,4%, quinto resultado positivo consecutivo.

Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira, 15, pelo IBGE.

No ano, a alta está em 1,6%. No acumulado em 12 meses, o avanço é de 2,2%, a menor taxa de crescimento desde janeiro de 2024, o que reforça a leitura de desaceleração da economia em 2025. Mesmo com a alta em agosto, o varejo ainda opera em patamar 0,7% abaixo do recorde de vendas visto em março.

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O resultado veio em linha com o esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,20% na comparação mensal e de avanço de 0,30% sobre um ano antes.

No comércio varejista ampliado, que inclui Veículos, motos, partes e peças, Material de construção e Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas cresceu 0,9% em agosto na comparação com julho. Frente a agosto de 2024, houve queda de 2,1%, completando três meses de perdas. No ano e em 12 meses, a variação é de -0,4% e 0,7%, respectivamente.

Dos 8 segmentos pesquisados, cinco registraram alta na passagem de julho para agosto, com destaque para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (4,9%), Tecidos, vestuário e calçados (1,0%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,7%). As duas outras taxas positivas foram em Móveis e eletrodomésticos (0,4%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,4%).

Já as taxas negativas foram registradas por Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,1%); Combustíveis e lubrificantes (-0,6%); e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%).

“Apesar do desempenho positivo em agosto, os dados divulgados nos últimos meses mostram que o varejo vem perdendo força ao longo de 2025. Os números mais fracos vêm principalmente de segmentos sensíveis ao crédito, que são impactados pela Selic em patamar elevado, como veículos, materiais de construção, móveis e eletrodomésticos”, avaliou Claudia Moreno, economista do C6 Bank.