A psicóloga Paloma Koblev Satkunas, 38, manteve o isolamento social desde que foram anunciadas as medidas de combate à quarentena em março deste ano. Mas isso não a livrou das más notícias. Hoje (18), ela recebeu o seu segundo resultado positivo de teste para covid-19 após quase sete meses da primeira confirmação.

A primeira contaminação foi em maio. “É frustrante porque segui todos os protocolos e mesmo assim me contaminei. Agora vou ter que ficar isolada de novo da minha família”, desabafa Paloma.

Apesar de existirem muitas hipóteses de pessoas terem sido contaminadas mais que uma vez, os casos confirmados pelo exame PCR, como o da psicóloga, ainda são raros.

Atualmente, mais de 50 casos suspeitos de reinfecção estão sendo investigados no Brasil.

“Tenho muita preocupação de pegar novamente”, diz Paloma. “As pessoas precisam saber que essa doença é muito séria e o uso de máscara, álcool em gel, higienização das mãos e isolamento social são a forma mais segura de evitar a contaminação.”

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Ela conta que quando começaram os casos de covid-19, em março, optou por se isolar completamente. Fez compras por aplicativos e saiu poucas vezes de casa, preocupada, principalmente, em proteger a filha, de 5 anos de idade, do coronavírus.

Paloma também optou por atender os pacientes de maneira virtual. O marido, no entanto, tinha que ir para o trabalho. Quando o primeiro teste dela deu positivo para covid-19, o casal logo imaginou que o marido tinha sido contaminado primeiro, mas para surpresa de todos, o teste dele deu negativo.

“Comecei a sentir muita dor no peito, falta de paladar, dor de cabeça e no corpo. Até demorei um pouco para fazer o exame”, lembra. Com os sintomas mais fortes, Paloma procurou um laboratório para fazer o teste. “Naquele dia nem sei como consegui chegar em casa, porque na volta tive muita confusão mental”, relembra.

Confirmado o resultado positivo, Paloma se isolou da família por cerca de 20 dias, em maio, período em que os sintomas ainda eram frequentes.

Mesmo depois de passados os sintomas mais fortes, a psicóloga seguia sentindo fortes dores de cabeça e diarreia frequente. Em julho, o infectologista intensificou as medicações para cessar essas ocorrências.

O que era improvável aconteceu, mesmo pegando covid-19 uma vez e mantendo o isolamento social, Paloma foi infectada novamente pelo vírus e agora começa a nova batalha de isolamento da família e cuidados.

“O resultado positivo do PCR saiu hoje (18). A tomografia mostra 25% de comprometimento do pulmão”, comenta ao lembrar que estava com viagem marcada para passar o Natal com os pais e teve que cancelar.

Desta vez, ela não está tendo os sintomas neurológicos, como ocorreu na primeira vez. Agora, são manifestações pulmonares, com sintomas clássicos da infecção – coriza, dor de garganta, diarreia e um pouco de falta de ar.