O mercado de câmbio doméstico começou a sessão desta segunda-feira, 15, em alta, mas já nos primeiros minutos dos negócios teve início um movimento de realização, após o dólar fechar aos R$ 2,3380 na sexta-feira, 12, o maior valor desde março. Há pouco, o dólar à vista no balcão renovou sua mínima ante o real, negociado a R$ 2,3340 (-0,17%). Na BM&FBovespa, às 9h28, o dólar futuro para outubro recuava 0,15%, cotado a R$ 2,3465, após abrir a R$ 2,3565 (-0,28%). Vale lembrar que na semana passada a moeda norte-americana acumulou ganho de 4,23%, o que reduziu a queda no ano para apenas 0,76%.

No exterior, o viés do dólar é positivo, na esteira de dados ruins de produção industrial e de vendas no varejo na China divulgados no fim de semana e também diante de expectativas pela reunião de política monetária do Federal Reserve na quarta-feira, 17. A produção industrial chinesa desacelerou para 6,9% em agosto ante o mesmo mês do ano passado, o que representa uma forte desaceleração da alta de 9,0% registrada em julho, na mesma base de comparação. Trata-se da menor expansão da indústria do gigante emergente desde a crise financeira de 2008. Já as vendas no varejo chinês subiram 11,9% em agosto, em base anual, também desacelerando-se do crescimento de 12,2% observado em julho, na mesma base de comparação.

Voltando ao cenário doméstico, o Banco Central realiza seus dois leilões de swap cambial pela manhã. O primeiro, das 9h30, teve oferta programada de até US$ 200 milhões para dois vencimentos e resultado a partir das 9h50. Na segunda operação, às 11h30, a autoridade dará continuidade à rolagem do vencimento de swap cambial de outubro, com oferta de 6 mil contratos, equivalente a até US$ 300 milhões.

Na última hora, o Boletim Focus trouxe uma nova revisão nas previsões para o PIB brasileiro. Os analistas consultados reduziram de 0,48% para 0,33% a previsão de expansão da economia em 2014. Para 2015, a projeção caiu de 1,10% para 1,04%. Sobre a inflação oficial, os profissionais do mercado mantiveram em 6,29% a estimativa para a alta do IPCA neste e no próximo ano. As expectativas de manutenção da taxa Selic no atual nível até o fim do ano também foram mantidas, mas a previsão para o juro básico no ano que vem caiu de 11,63% para 11,50%. Para a taxa de câmbio, houve reduções nas previsões, seja para 2014 ou para 2015, com o dólar encerrando em R$ 2,30 (de R$ 2,33) e em R$ 2,45 (de R$ 2,49) nesses períodos, respectivamente.

Mais cedo, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cortou drasticamente a previsão para o crescimento da economia brasileira em 2014 e agora prevê uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do País neste ano é de apenas 0,3%, de +1,8% na estimativa feita há quatro meses. A redução de 1,5 ponto porcentual na previsão para o crescimento brasileiro foi o maior corte feito pela entidade que atualizou as perspectivas das 11 maiores economias do mundo no relatório divulgado esta manhã. Para 2015, as estimativas da OCDE para o Brasil também pioraram. A previsão para o crescimento da economia brasileira diminuiu de 2,2% para 1,4%.