Por Steve Keating

(Reuters) – Estremecida por escândalos desde os Jogos do Rio 2016, a equipe nacional de Ginástica dos Estados Unidos implementou uma série de mudanças na maneira de desenvolver e orientar suas futuras estrelas olímpicas, enquanto para Laurie Hernandez, a maior transformação veio de dentro, ao mesmo tempo em que busca uma vaga no time que irá disputar os Jogos de Tóquio. 

A jornada dos jogos de 2016 foi sombria e solitária para a então mulher mais jovem da equipe, que passou por abusos verbais e insultos sobre seu corpo enquanto ajudava no caminho dos Estados Unidos até o ouro olímpico. 

Hernandez viria a público depois com sua dor, acusando a ex-técnica Maggie Haney, com quem começou a trabalhar quando tinha apenas cinco anos, revelando uma rotina de abusos verbais e emocionais que a fizeram travar uma batalha contra distúrbios alimentares e a depressão. 

Após uma investigação da USA Gymnastics, Haney recebeu em abril uma punição que a suspendeu por oito anos, depois reduzida para cinco. 

Mais velha, mais sábia e acompanhada de novos técnicos, a atleta de 21 anos tem uma jornada rumo a Tóquio bem mais agradável.

“Aos 16 eu era como um cachorrinho ansioso, só me diga o que fazer, que eu fazia”, disse Hernandez à Reuters.

“Se você dissesse, vamos lá, dê um pulo, uma virada completa e finalize caindo de cabeça, eu diria, ‘ok, vamos ver como fazer isso'”, relatou. 

“Agora eu estou em maior sintonia com meu corpo e entendendo o que preciso, e podendo sentir quando meu cérebro ou meu corpo estão me pedindo para parar.” 

(Reportagem de Steve Keating em Toronto)