A produção industrial brasileira registrou queda de 0,5% em abril na comparação com o mês anterior, interrompendo dois meses consecutivos de crescimento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 5. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção subiu 8,4%.

O resultado veio pior do que o esperado. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de queda de 0,2% na variação mensal e de alta de 8,3% na base anual.

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Entre as atividades, a maior retração veio das indústrias extrativas, que recuaram 3,4% em abril, após avançarem 0,4% em março. Outras contribuições negativas relevantes vieram de produtos alimentícios (-0,6%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,6%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,6%).

“Com esses resultados, o setor ainda se encontra 0,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 16,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. No acumulado do ano, o setor industrial cresceu 3,5%”, informou o IBGE.

Em 12 meses, a indústria ainda acumula expansão de 1,5%. Analistas acreditam que a indústria brasileira deve continuar contribuindo pouco para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). No primeiro trimestre, o setor teve contração de 0,1%, de acordo com os dados do PIB divulgados na véspera.

Uma demanda doméstica resiliente com um mercado de trabalho aquecido, condições financeiras e de crédito melhores e melhora da confiança dos empresários podem favorecer o setor, bem como a redução da taxa básica de juros Selic.