Cientistas se mobilizam para criar vacina para combater a peste suína africana (PSA), o maior surto de doença animal do mundo, que já levou à morte cerca de 100 milhões de porcos desde 2018. Acredita-se que a ameaça atinja aproximadamente três quartos dos rebanhos do planeta.

Altamente infecciosa, a peste suína africana já passou por dezenas de países, o que fez com que diversas fazendas tivessem que abater seus rebanhos, com milhões de animais. O PSA é ajudado pela capacidade de sobrevivência de até 1 mil dias em carne congelada e persistir por longos períodos em roupas e veículos. É, entretanto, inofensivo ao ser humano.

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O surto pode ser atribuído ao aparecimento do vírus na Geórgia em 2007, que logo se espalhou para além do Cáucaso. Em 2018, apareceu na China, onde está concentrado cerca de metade dos porcos do mundo.

Em cinco continentes houve relatos do aparecimento do PSA, que atingiu pelo menos 45 países, forçando o abate de porcos, deixando as fazendas familiares devastadas e os mercados sofrendo com as proibições de exportação. O foco, dizem os especialistas no assunto, é realizar testes em larga escala para observar como os animais monitorados interagem com outras doenças ou porcas prenhes.

Em todo o mundo ocorrem esforços para o combate ao PSA. Pesquisadores chineses afirmam ter conseguido avanços em uma vacina viva atenuada. Já no Reino Unido, uma equipe focada na PSA vem refinando sua própria vacina em potencial nos últimos dois anos. O Vietnã havia anunciado, em junho, que se tornaria o primeiro país do mundo a administrar uma vacina contra a PSA. Mas teve de suspender os testes após a morte de 750 porcos inoculados.

Os testes no Vietnã foram notícia na comunidade global de cientistas que lidam com a PSA, o que reforçou a imensidão do desafio que está por vir.