10/02/2015 - 12:34
Desde 2011, quando registrou lucro de R$ 67 milhões, o Banco Pan não apresentava resultado anual positivo. A escalada de prejuízo, porém, foi interrompida pelo balanço do ano passado, quando a instituição, presidida por José Luiz Acar e controlada pelo BTG Pactual, reportou ganhos de R$ 7,8 milhões, ante um prejuízo de R$ 151,7 milhões, em 2013. Em especial, essa reversão está relacionada aos ajustes realizados no Pan, no ano passado. No início de 2014, a instituição fez uma verdadeira dança das cadeiras no alto escalão. Na ocasião, Acar disse que as medidas faziam parte de um plano de reestruturação para adequar a instituição à realidade do mercado e se preparar para o crescimento.
O Pan também tomou medidas para aumentar os ganhos da companhia. Entre elas, estava a estratégia de investir em infraestrutura de dados, de ter uma carteira de crédito mais seletiva e de priorizar créditos mais seguros como o consignado, sem falar, na redução de custos. Apesar do esforço, os resultados vieram apenas no quarto trimestre, quando o lucro foi de R$ 226,5 milhões. No terceiro trimestre, o banco teve prejuízo de R$ 69,7 milhões, no segundo, as perdas chegaram a R$ 70,4 milhões, enquanto, no primeiro, fechou no vermelho em R$ 78,6 milhões. Em 2014, os ativos totais do banco chegaram a R$ 25,5 bilhões, alta de 18,1% sobre 2013.
Para 2015, a expectativa é manter o ritmo de geração de lucro com a estratégia adotada em 2014. “Nosso foco continua sendo consignado e nosso objetivo é aumentar ainda mais o volume de crédito concedido na categoria”, disse Acar, em teleconferência com analistas. No ano, a carteira de crédito chegou a R$ 17,5 bilhões, crescimento de 6,9% em relação a 2013. O crédito consignado respondeu por 24% do volume.
Com uma exposição de 8,45% na carteira no setor de construção, e 0,5% destinado a empresas citadas na Operação Lava Jato, o banco não vê grandes problemas no horizonte nem o risco de calote. “Estamos tranqüilos com nossa exposição. São boas operações estruturadas, sendo que parte delas apresenta garantia”, diz. “Nossa exposição para as empresas que foram citadas é bastante baixa, em torno de R$ 40 milhões, menos de 0,25% da carteira de crédito.”