31/05/2022 - 12:03
Por Sachin Ravikumar e Richa Naidu
(Reuters) – O bilionário investidor ativista Nelson Peltz se juntará ao conselho da Unilever, disse a empresa nesta terça-feira, elevando a pressão em relação à companhia durante uma revisão estratégica de negócio.
As ações do grupo saltavam 7% em Londres, por volta de 10h50 (horário de Brasília), com os investidores projetando que Peltz, cujo fundo multimercado Trian tem uma participação de 1,5% na Unilever, usará a posição para retomar o crescimento da companhia, de modo semelhante ao que ajudou a supervisionar em outras empresas do setor, incluindo a Procter & Gamble (P&G).
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O movimento é a mais recente intervenção de Peltz em uma grande empresa de bens de consumo e o investidor provavelmente pressionará a Unilever por uma reformulação maior da estratégia da companhia. A companhia fez uma terceira oferta malsucedida para aquisição do negócio de saúde do consumidor da GSK em janeiro.
“Esperamos trabalhar em colaboração com a administração e o conselho para ajudar a impulsionar a estratégia, as operações, a sustentabilidade e o valor para os acionistas da Unilever”, disse Peltz em comunicado.
Peltz, que comanda a Trian, é conhecido por seu interesse em empresas voltadas para o consumidor e por mudanças operacionais nas empresas em que é acionista. Ele também já esteve nos conselhos da Mondelez e da Heinz.
SEGUIR O MANUAL DA P&G
A Unilever já tomou algumas medidas para cortar custos, como a consolidação de sua sede em Londres e a venda de alguns negócios de crescimento mais lento, como sua marca de chá Lipton.
A empresa, que emprega cerca de 148.000 pessoas em todo o mundo, também disse que planeja cortar cerca de 1.500 postos administrativos em uma reestruturação para criar cinco divisões focadas em produtos – uma reformulação que ecoa a feita pela P&G há três anos.
A Trian é agora o quarto maior acionista da Unilever, segundo dados da Refinitiv. Os investidores esperam que Peltz traga o manual que funcionou na P&G para a Unilever, ajudando a otimizar a empresa e a reviver o preço das ações.
Em 2017, o investidor ativista pediu uma série de mudanças na P&G, após as quais Peltz ingressou no conselho em março de 2018.
O preço das ações da P&G subiu quase 90% desde então. O investidor deixou a posição na empresa no ano passado.
As ações da Unilever estão 30% abaixo de uma máxima histórica alcançada em 2019.
(Por Sachin Ravikumar e Richa Naidu; reportagem adicional de Anna Pruchnicka)