08/11/2013 - 8:39
Despesas em alta, mercado desafiador e perda de valor das companhias listadas no Ibovespa. Esses três elementos explicam resultado fraco da BM&FBovespa, no terceiro trimestre. Porém, segundo Edemir Pinto, presidente da Bolsa, a forma de compensar esse cenário, e garantir o crescimento ainda que pequeno, foi apostar na diversidade de produtos. “Justamente a diversificação de produtos ajudou para contribuir com um período estável.”
No terceiro trimestre, a BM&FBovespa teve um crescimento de 1,8% nos lucros para R$ 281,6 milhões, resultado considerado morno em função de um período chamado de ?desafiador? pela companhia. A receita líquida da Bolsa foi de R$ 535,4 milhões, crescimento de 2,6% em relação ao mesmo período do ano passado. As despesas da empresa foram de R$ 194,1 milhões, avanço de 11,1%. O valor das empresas listadas caiu 2,2% no período.
Segundo o executivo, os resultados refletem um período complicado para o mercado de capitais. Porém, mesmo com o resultado que indica estabilidade, o presidente indicou duas iniciativas ocorridas entre julho e setembro. “Anunciamos as mudanças na metodologia do índice, o que permitirá maior precisão no mercado de capitais. E a segunda importante mudança foi o redesenho nos segmentos de listagem para facilitar a captação de recursos por pequenas e médias empresas.”
Eduardo Guardia, diretor de produtos e RI da Bolsa, justificou que, apesar de despesas maiores do que a receita no período, seria equivocado olhar o número apenas de forma isolada. “É importante considerar que, no ano, nossas despesas estão crescendo abaixo da inflação.” A despesa é explicada pelo gasto com pessoal em função do dissídio e seus reflexos, menor capitalização de pessoal envolvidas em projetos e processamento de dados. “No acumulado do ano, o crescimento da despesa foi de 4,4% mesmo que a gente vá para o teto de despesa no quarto trimestre teremos crescimento abaixo da inflação no ano.”
Guardia destacou positivamente o crescimento de produtos como LCA, tesouro direto e aluguel de ação. “Desde 2009, temos uma taxa composta de crescimento de 8,7% em ações, 15% derivativos e 9,6% outras receitas. Isso mostra a evolução dos nossos produtos nesse período.”
A empresa continua com recompra de ações que serão de 60 milhões de ações até junho de 2014. “Aprovamos ontem na reunião do conselho pagamento de proventos de 225 milhões que serão pago em 27 de novembro, serão R$ 0,12 por ação”
Os investimentos foram de R$ 82 milhões no trimestre e, no ano, os investimentos somam R$ 205 milhões. Até o final do ano, a expectativa é chegar a R$ 290 milhões em investimentos.