O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), colocou a culpa no El Niño pelo tamanho dos estragos causados pela tempestade que atingiu o Rio de Janeiro entre sábado, 13, e domingo, 14, com saldo de 12 mortos. Ele voltou às pressas dos Estados Unidos, onde passava férias, após ser criticado por estar fora durante a crise. “Com esta nova realidade, com o El Niño, infelizmente este é o nosso novo normal. E por isso, o Estado e as cidades têm de ser cada dia mais resilientes”, disse ele nesta segunda-feira, 15.

A tempestade deixou quase 600 desalojados e deve colocar sete municípios em situação de emergência. Além da capital, cuja homologação do decreto foi reconhecida pela União nesta segunda-feira, 15, as cidades de Nova Iguaçu, Belford Roxo, Nilópolis, Mesquita, Duque de Caxias e São João de Meriti também foram fortemente atingidas e esperam a homologação.

Castro se reuniu com secretários e outras autoridades do Estado no Centro Integrado de Comando e Controle, na Cidade Nova, região central do Rio, no fim da manhã. Sobre as críticas nas redes sociais, o governador afirmou que esteve em contato com sua equipe desde a noite de sexta-feira, 12. “Eu estava fora, aconteceu e no primeiro voo em seguida eu vim”, disse. “A gente não governa por rede social.”

De acordo com ele, há “entre 500 e 600 pessoas alojadas ou desabrigadas”, mas o total ainda está sendo contabilizado. Prefeituras das cidades mais atingidas estão cadastrando as famílias para receberem o ‘Cartão Recomeçar’, um auxílio de R$ 3 mil fornecido em parcela única pelo governo do Estado. Castro alertou, contudo, que a concessão do benefício atenderá critérios “rigorosos”.

O governador também afirmou que vai notificar o governo federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre as condições da rodovia BR-040, que registrou bolsão d’água por mais de oito horas em frente ao Hospital Adão Pereira Nunes.

De acordo com Castro, ele deverá conversar por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde desta segunda buscando acelerar investimentos previstos para o PAC, e que têm reflexo direto para diminuir o risco de inundações como as do fim de semana. Ele citou obras de contenção e limpeza do Rio Botas, em Nova Iguaçu, estimadas em R$ 730 milhões.

Chuvas causaram a morte de pelo menos 12 pessoas no fim de semana

Ainda segundo o governador, 2,4 mil militares do Corpo de Bombeiros atuaram no auxílio aos atingidos pela chuva no fim de semana. Foram realizados 268 salvamentos. Pelo menos 12 pessoas morreram e duas permanecem desaparecidas. A vítima mais recente foi levada pela enxurrada e encontrada pelos bombeiros.

Diversos pontos do Rio foram inundados pelas chuvas, o que causou forte impacto na mobilidade urbana. No domingo, autoridades orientaram moradores a evitar o deslocamento em bairros da Baixada Fluminense e em parte da zona norte da capital, em especial na Pavuna, Ricardo de Albuquerque, Acari e Irajá.

No domingo, 14, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), decretou situação de emergência na cidade. “Com a declaração de situação de emergência, fica autorizada a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem nas ações de respostas necessárias à redução dos efeitos causados pelas chuvas”, destacou a prefeitura.