31/01/2014 - 6:30
Uma complexa operação societária garantiu ao Itaú Unibanco o controle da instituição financeira chilena CorpBanca. Anunciada na quarta-feira 29, a tacada colocou dois trunfos nas mãos de Ricardo Marino, vice-presidente que comanda a veia latino-americana do Itaú. O primeiro são os ativos de US$ 31 bilhões, que triplicam o total de recursos na região (fora o Brasil) e garantem uma pequena operação na Colômbia. O segundo é o potencial de novos negócios. Na ponta do lápis, as cifras do novo Itaú Chile praticamente desaparecem diante do quase meio bilhão de dólares dos ativos do banco brasileiro. Mesmo assim, a fusão da operação local com a CorpBanca ? realizada por meio de uma troca de ações e da injeção de US$ 652 milhões em recursos do Itaú na nova empresa ? garante possibilidades de crescimento.
Ricardo Marino, vice-presidente do Itaú Unibanco: “Agora vamos disputar
mercados no Peru e México.”
?Encaramos esse negócio como uma excelente plataforma para a expansão na região?, diz Marino. ?Com essa transação, a participação dos ativos latino-americanos no total do banco cresceu de 5% para quase 15%?, diz. Segundo Marino, existe um forte vínculo empresarial entre a Colômbia e os países da América Central, em especial o Panamá. ?São economias pequenas, mas com uma corrente de comércio muito forte?, diz ele. ?No futuro, as lições que aprendemos vão permitir nossa entrada em outros mercados promissores, como o Peru e o México.? A compra segue-se a uma entrada gradual no mercado chileno.
Em 2006, ao adquirir do americano Bank of America as operações do BankBoston no Brasil, o Itaú também levou um pequeno banco no Chile. ?Aprendemos a operar em um mercado maduro, competitivo e exigente?, diz Marino. Em sete anos, os lucros foram multiplicados por oito, revela. Embora os produtos sejam diferentes em cada país, Marino diz que há diversas semelhanças que permitem ganhos de escala. ?Nossa estratégia de ataque está traçada?, diz ele. No caso da pessoa física, o Itaú vai apostar nos cartões de crédito, que permitem ao cliente fazer transações em todos os países da região. Já nas empresas, a principal aposta é na gestão de caixa, em que não há muitas diferenças de um mercado para o outro.