22/09/2022 - 7:00
A empresa de transporte por aplicativo 99 demitiu cerca de 100 pessoas na última semana, afirmaram ex-funcionários ao Estadão.
Em nota, a startup controlada pela chinesa Didi Chuxing confirmou os cortes, mas não divulgou o número de profissionais afetados.
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A 99 afirmou também que a área de relacionamento com o cliente foi a única impactada pelos cortes.
Segundo relatos de ex-funcionários, grande parte da equipe de “CX” (a área de experiência do cliente) foi demitida em sessões na última semana.
Alguns dos demitidos ouvidos pelo Estadão afirmaram que a companhia planeja terceirizar o atendimento ao cliente. Questionada pela reportagem, a 99 diz que “trabalha com empresas parceiras nessa área desde 2017”?.
Na nota, a companhia afirmou ainda que passa por mudanças na estrutura para atender melhor a operação.
Além do serviço de transportes, a 99 opera um delivery de comida, o 99Food.
“Para atender às necessidades dos nossos usuários, tivemos de tomar algumas decisões difíceis sobre o modelo operacional e a estrutura do nosso departamento de relacionamento com o cliente”, explicou a empresa, em nota.
Segundo apurou a reportagem, o departamento de relacionamento serve como um guarda-chuva para diferentes áreas da empresa, como segurança, delivery e mídias sociais. Ao Estadão, a 99 afirmou que não houve demissões na 99Food.
Ex-funcionários afirmaram que a companhia ofereceu um terço do salário como rescisão de contrato e plano de saúde até o final do mês. É um pacote mais modesto do que o ofertado por outras startups nacionais em 2022.
ANO DIFÍCIL
Os cortes são mais um capítulo no ano difícil da Didi Chuxing, empresa chinesa que controla a 99. A companhia tem enfrentado dificuldades de crescimento, após enfrentar problemas regulatórios com o governo chinês.
Em julho, autoridades do país declararam uma possível multa no valor de US$ 1 bilhão, após uma investigação nas suas práticas de cibersegurança.
Antes, a empresa foi removida das lojas de app no país.
Em fevereiro, a revista Forbes reportou que a Didi planejava cortar, ainda naquele mês, 20% de seus funcionários – a publicação estimou que isso era equivalente a 3 mil pessoas apenas no mercado chinês.
Não é possível saber, porém, se os cortes no Brasil são parte de um plano global da Didi.
Desde abril, startups brasileiras e estrangeiras com operações no País vêm experimentando um cenário adverso.
A situação é resultado da crise global macroeconômica pós-pandemia de covid-19 e é agravada pela guerra na Ucrânia.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.