17/04/2025 - 17:43
São Paulo, 17 – A colheita da safra de soja 2024/25 em Mato Grosso do Sul alcançou 98,3% da área total até o dia 11 de abril, segundo o boletim semanal do Projeto Siga-MS, elaborado pela Aprosoja-MS e pelo Sistema Famasul. A região sul continua liderando os trabalhos, com 99,2% da área colhida, seguida pelas regiões centro e norte, ambas com média de 97%. No total, foram colhidos aproximadamente 4,4 milhões de hectares.
A estimativa oficial da entidade é de que a área plantada com soja tenha crescido 6,8% em relação ao ciclo anterior, atingindo 4,501 milhões de hectares. A produtividade média revisada é de 54,4 sacas por hectare, resultado da amostragem de 10,7% da área estimada. Com isso, a produção esperada é de 14,686 milhões de toneladas, um aumento de 18,9% em relação à safra passada.
A colheita avançou 1,9 ponto porcentual em comparação com igual período de 2024. No entanto, 52% da área cultivada foi prejudicada por estresse hídrico, especialmente em lavouras semeadas entre setembro e meados de outubro, afetadas pela estiagem severa em janeiro, mês crucial para o enchimento de grãos.
Segundo o boletim, 48,2% das lavouras do Estado estão em boas condições, 28,2% em situação regular e 23,6% são classificadas como ruins. As regiões com maior concentração de áreas em condição ruim são a sul-fronteira (48,1%), sul (39,6%) e centro (29,7%).
Paralelamente, o plantio do milho da segunda safra 2024/25 chegou a 99% da área estimada no Estado. A área cultivada está projetada em 2,103 milhões de hectares, avanço de 0,1% ante o ciclo anterior. A expectativa de produção é de 10,199 milhões de toneladas, aumento de 20,6% sobre a safra passada, com produtividade média estimada em 80,8 sacas por hectare.
De acordo com o Siga-MS, 74,6% das lavouras de milho estão em boas condições, 16,6% são regulares e 8,8% estão em situação ruim. O maior porcentual de áreas em condição boa está concentrado nas regiões nordeste (98%), oeste (96,6%) e norte (91,7%). Já o sul apresenta os maiores desafios, com apenas 32,1% das áreas avaliadas como boas.
Apesar do bom ritmo de plantio e desenvolvimento inicial, a cultura enfrenta risco climático elevado. A previsão do tempo para o período entre abril e junho indica chuvas abaixo da média, especialmente nas regiões oeste e sudeste do Estado, além de temperaturas mais altas, o que pode agravar os efeitos da estiagem.
Segundo a Aprosoja-MS, os produtores têm demonstrado cautela diante do custo elevado de produção e dos riscos climáticos. A área ocupada pelo milho representa atualmente cerca de 47% da área plantada com soja no Estado, porcentual inferior aos 75% registrados em ciclos anteriores. “Esses fatores aumentam o risco associado à atividade. Portanto, os produtores estão optando por diversificar a segunda safra”, informou a entidade em nota.