O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, nesta quarta-feira, 22, por unanimidade e sem restrições, a compra dos ativos da fabricante de alimentos enlatados Brasfrigo, pertencente ao Grupo BMG, pela concorrente Goiás Velho.

O tribunal, contudo, aplicou multa de R$ 3 milhões à Goiás Velho por ter consumado a aquisição sem notificar previamente o Cade – o que no jargão técnico é chamado de gun jumping. A Goiás Velho também ficará proibida de vender por dois anos os produtos da marca Jurema, até então sob domínio da Brasfrigo. As empresas concordaram com a decisão firmando um Acordo em Controle de Concentração (ACC) com o Cade.

A operação foi realizada em 2012, após acordo entre as empresas sem consulta prévia ao Cade, incluindo a aquisição da estrutura de distribuição da Brasfrigo e suas marcas de atomatados e vegetais enlatados (Jurema, Jussara, Tomatino e Terrabella), que passarão para a Goiás Velho (dona das marcas Bonare e Tomadoro).

As empresas estão localizadas em Luiziânia (GO), onde produzem seleta de legumes em conserva, extrato de tomate, molho de tomate e polpa de tomate. De acordo com o Cade, embora em purê e polpa de tomate a participação de mercado somada das empresas seja de cerca de 30%, a Goiás Velho atua no mercado de atomatados comprando polpa para enlatar e vender sob a marca Tomadoro.