O Orkut entrou no ar em 24 de fevereiro de 2004, 11 dias antes do surgimento do Facebook. O primeiro pertence ao Google, então uma estrela em ascensão. Já o segundo surgia pelas mãos de alguns estudantes da Universidade Harvard, entre eles Mark Zuckerberg. Se alguém se perguntasse, àquela época, quem dominaria o nascente setor de redes sociais, a resposta pareceria óbvia: o Google, que já ocupava o posto de principal buscador. O tempo tratou de mostrar que não seria bem assim. Os dois sites tomaram rumos opostos nos últimos tempos. E, de novo, por uma diferença de apenas 11 dias. 

 

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O Facebook, hoje a maior rede social do planeta, fez seu IPO em 18 de maio. Embora as ações estejam em queda, a abertura de capital demonstra a envergadura adquirida pela companhia. Já o portal de buscas anunciou no dia 29 uma medida que indica a fragilidade do Orkut: a integração desse canal com o Google+, a nova plataforma da empresa. Assim, os usuários do Orkut podem atua­lizar seu perfil a partir do outro serviço. O link para fazer a unificação está disponível apenas na página do Orkut, o que deixa claro que a intenção da empresa é levar os usuários para o Google +, e não o inverso. 

 

A medida esvazia o Orkut – rede que reinou no Brasil até o ano passado, quando foi destronado pelo Facebook. A quantidade mensal de visitantes únicos no País da rede mais antiga do Google desce a ladeira. Em dezembro de 2011 foram 34 milhões, caiu para 30 milhões em fevereiro e chegou a 27 milhões em abril, segundo a comScore. É nesse contexto que acontece a integração com o Google +, feita para explorar a “busca social”, na qual os resultados são influenciados pela opinião das pessoas. Sem acesso ao conteúdo que os 901 milhões de usuários postam no Facebook, restou ao portal lançar uma rede própria, o Google+. 

 

Boa parte do que é publicado lá é indexada pelo seu sistema. O mesmo não acontece com o Orkut cujos perfis desatualizados se acumulam. O melhor exemplo do ocaso da rede é a página de seu fundador, o turco Orkut Buyukkokten, que é usuário ativo do Facebook e do Google+, mas não do serviço que leva seu nome. O Google nega que esteja em curso uma morte lenta e gradual do Orkut. “Não é o fim de nada. O Orkut ainda é uma plataforma vigorosa, com usuários apaixonados”, diz Felix Ximenes, diretor de comunicação do Google no País. “Estamos apenas dando mais opções de integração aos membros da rede.”

 

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