A investigação sobre investimentos em paraísos ficais por parte de políticos, governantes e celebridades divulgada neste domingo (3) revelaram o nome de 1.897 brasileiros, entre eles, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Ambos soltaram notas negando qualquer tipo de irregularidade nas empresas, mas, segundo o site O Antagonista, o procurador-geral da República, Augusto Aras, deve “oficiar” Paulo Guedes ainda nesta semana para saber se a offshore dele está ativa e se recebeu investimentos no exterior durante o governo Bolsonaro.

As investigações foram feitas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) e revelaram que políticos, funcionários de alto escalão de governos, empresários e artistas de 91 países possuem offshores em paraísos fiscais.

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O Consórcio teve acesso a 11,9 milhões de documentos de escritórios administradores de offshores em todo o mundo. De acordo com esses dados, Guedes e Campos Neto tinham companhias em paraísos e mantiveram as empresas mesmo depois de entrarem para o governo brasileiro com a eleição de Bolsonaro, o que é considerado ilegal pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal.

No caso do presidente do Banco Central, a Cor Assets S.A, registrada no Panamá, foi fechada 15 meses após ele ter se tornado presidente do BC, enquanto Paulo Guedes ainda mantém a Dreadnoughts International ativa nas Ilhas Virgens Britânicas. Em 2015, o patrimônio declarado de Guedes no paraíso era de US$ 9,5 milhões.

As empresas ficam registradas nesses paraísos fiscais porque a cobrança de impostos é menor (ou sequer existe taxação), além de contarem com uma rede de sigilo bancário que protege a identidade dos clientes. O Brasil permite offshores, desde que declaradas à Receita Federal.