12/01/2021 - 4:44
O soro equino hiperimune desenvolvido por cientistas argentinos para o tratamento da covid-19 chegou nesta segunda-feira, 11, para uso hospitalar e por organizações de saúde da Argentina, anunciou o diretor científico do projeto e do governo daquele país sul-americano.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, visitou as instalações da empresa de biotecnologia Inmunovaa, onde o soro foi desenvolvido e será distribuído em hospitais, clínicas e sanatórios, informou o governo em comunicado.
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O estudo clínico do soro começou em setembro em pacientes de 18 hospitais que desenvolveram a doença de forma moderada a grave. No final de dezembro, foi registado “sob condições especiais” pela Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (Anmat).
“Em pacientes que estão piorando e não desenvolvem a sua própria resposta imunológica a tempo, o fornecimento de anticorpos por esta imunoterapia passiva permite evitar a proliferação viral e dar ao paciente tempo para desenvolver suas próprias defesas, evitando a inflamação respiratória generalizada”, explicou Fernando Goldbaum, diretor da empresa de biotecnologia Inmunova, ao órgão estatal Telam.
É o “primeiro tratamento inovador aprovado para esta doença desenvolvido na Argentina”, acrescentou Goldbaum.
O tratamento é baseado em anticorpos policlonais equinos (vacas e cavalos), obtidos pela injeção de uma proteína recombinante do coronavírus nesses animais, inócua para eles, o que faz com que eles gerem uma grande quantidade de anticorpos neutralizantes.
Após a visita, o presidente “pesou a importância do projeto, que rendeu resultados positivos na redução da mortalidade (45%), na diminuição dos dias necessários para cuidados intensivos (24%) e na menor necessidade de uso de respiradores (36%)”, segundo o comunicado.
O laboratório do Instituto Biológico Argentino (BIOL) produz cerca de 12 mil tratamentos por mês. A Argentina regista mais de 1,7 milhão de casos de coronavírus, com quase 44.500 mortes, em uma população de 44 milhões.