A Argentina deu um passo chave para avançar na troca de uma dívida que se mantém em “default” desde 2001, de 20 bilhões de dólares, depois de a oferta ter sido aprovada nos Estados Unidos. A proposta prevê a quitação de ao menos 65% do débito, informou nesta segunda-feira o ministro da Economia, Amado Boudou.

“Do ponto de vista fiscal, significa que a Argentina vai negociar uma quitação de 65% em média”, confirmou Boudou, falando do balneário mexicano de Cancún, onde assiste à assembleia anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a uma rádio argentina.

Boudou afirmou que a Securities and Exchange Comission (SEC), a autoridade reguladora dos mercados de capitais americanos, aprovou a proposta argentina e completou que se trata do “último passo formal” antes de informar a oferta aos detentores de títulos da dívida em moratória.

O governo estimou recentemente que haveria adesão de ao menos 60% dos detentores de títulos ainda em moratória.

“É o último passo formal. Com a troca, trata-se de dar uma solução definitiva” ao calote, disse o funcionário.

A Argentina negociará uma quitação importante sobre o valor dos bônus da dívida ainda em moratória, que atinge 20 bilhões de dólares, mas realizará uma oferta tentadora aos chamados “holdouts”, ou detentores “rebeldes” dos títulos.

Em 2005, foi realizada a primeira operação de quitação, que obteve adesão de 76,15% sobre um total de 70 bilhões de dólares, depois da moratória declarada em 2001 sobre os 90 bilhões de dólares.

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