Uma multidão se concentrou nesta terça-feira em Buenos Aires, na histórica Praça de Maio, para recordar os 39 anos do golpe militar que instaurou a mais sangrenta ditadura na Argentina (1976-1983).

Organismos defensores dos direitos humanos e grupos políticos e sindicais ocuparam as ruas para o Dia da Memória pela Verdade e a Justiça, decretado feriado nacional na Argentina.

A mobilização ocorreu em distintos pontos do país, onde foi lembrada a data do início da ditadura militar que deixou cerca de 30 mil desaparecidos, segundo organizações humanitárias.

“Defendemos as vitórias e vamos por mais democracia”, diziam os cartazes entre fotos de desaparecidos durante a ditadura, no protesto que inundou a Praça de Maio, diante da sede de governo.

“Trinta mil companheiros desaparecidos, presente agora e sempre”, dizia uma enorme bandeira colocada na fachada do ministério da Economia, diante da Praça de Maio.

“Prisão para todos os genocidas”, “Julgamento e castigo para todos os culpados”, foram outras bandeiras exibidas na manifestação.

Desde a anulação, em 2003, das leis Ponto Final e Obediência Devida, com as quais a ditadura pretendeu garantir sua impunidade, centenas de repressores foram julgados.

O governo não realizou atos oficiais pela data e a presidente Cristina Kirchner passou o dia em sua residência de descanso em El Calafate, na província de Santa Cruz.