A arrecadação do governo federal teve alta real de 6,62% em junho sobre o mesmo mês do ano anterior, somando R$234,594 bilhões, nível recorde para meses de junho da série histórica iniciada em 1995, informou a Receita Federal nesta quinta-feira.

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No acumulado de janeiro a junho, a arrecadação foi de R$1,426 trilhão, 4,38% acima do registrado nos primeiros seis meses de 2024, já descontada a correção pela inflação. O dado acumulado também é recorde para períodos equivalentes.

Em junho, os recursos administrados pela Receita Federal, que englobam a coleta de impostos de competência da União, avançaram 7,28% em termos reais frente a um ano antes, a R$226,634 bilhões. No período de janeiro a junho, o ganho real foi de 5,04%, totalizando R$1,365 trilhão.

As receitas administradas por outros órgãos, que têm peso grande de royalties sobre a exploração de petróleo, caíram 9,09% em junho frente ao mesmo período de 2024, a R$7,959 bilhões. No acumulado de janeiro a junho, esses recursos tiveram perda real de 8,60%, totalizando R$60,747 bilhões.

Segundo a Receita, o desempenho positivo de junho foi influenciado pelo comportamento de indicadores macroeconômicos, a arrecadação adicional após o governo ter elevado alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a um valor maior arrecadado via de Imposto de Renda sobre ganhos de capital em razão da alta da taxa Selic.

Em outro fator, o adiamento do pagamento de tributos em junho de 2024 por contribuintes do Rio Grande do Sul após enchentes no Estado gerou uma distorção de R$3,7 bilhões na base de comparação entre os dois períodos.

Arrecadação por tributo mostra alta do IOF e IR sobre ganho de capital

Entre os destaques de junho, no recorte por tributo, a arrecadação de Imposto de Renda sobre ganho de capital registrou crescimento real de 19,19%, a R$25,044 bilhões. A Receita ainda computou ganhos de 6,61% em receitas previdenciárias e 38,83% com IOF.

No período de janeiro a junho, o fisco destacou ganhos reais de 4,95% no valor arrecadado com Pis/Cofins e 26,48% em Imposto de Importação, além de altas de 3,8% em receitas previdenciárias e 24,55% em IR sobre rendimentos de residentes no exterior.

Os dados positivos da com dinheiro colhido de impostos e tributos ajudam na busca pelo déficit zero pela equipe econômica no ano.

Na terça-feira, 22, o governo anunciou que reduzirá de R$31,3 bilhões para R$10,7 bilhões a contenção de verbas de ministérios implementada para respeitar regras fiscais, diante de perspectivas melhores para as receitas.

A maior parte dessa melhora na projeção, no entanto, virá de um leilão de áreas da União no pré-sal ainda não contratadas, uma arrecadação não recorrente.