O Brasil é um país de biodiversidade riquíssima, celeiro de minerais e produtos orgânicos. A boa nova, entre os joalheiros, é o nascimento de uma família de peças que bebe dessa fonte. Sandra Frias, uma das mais badaladas artistas da nova geração de criadores, habituada às riquezas da Amazônia, define suas preciosidades como biojóias.

?O estilo personalizado de design é que nos faz diferentes?, diz Catherine Clark, do Rio, que trabalha com o raríssimo topázio imperial de Minas e o quartzo rutilado da Bahia. Às pedras, que podem custar mais de R$ 10 mil, Catherine acrescenta detalhes da cultura dessas regiões, como faz outra artista, Yael Sonia. Há, nesse caminho criativo, uma nítida ambição. ?Nosso objetivo é permitir que as comunidades locais gerem uma economia sustentável, que represente também um meio de vida?, diz Sandra Sinicco, do grupo Casa, uma das organizadoras do evento Jóias da Cor do Brasil, destinado à promoção da biodiversidade.

As peças produzidas no Brasil à margem das grandes marcas tornaram-se cobiçadas. Nos quatro primeiros meses de 2004 houve um aumento de 27% no volume de exportações em relação a 2003, num total de US$ 242 milhões. As vendas de pedras lapidadas superaram as de pedras em bruto. Esse desempenho demonstra a procura por preciosidades trabalhadas ? e não apenas pelos minerais raros.