19/03/2003 - 7:00
Às vezes, o segredo do
sucesso é mais óbvio do que se imagina. Durante 20 anos, a sueca Sonia Ingrid Andersen se deu bem na Europa fabricando flores artificiais de gosto duvidoso. Com uma eficiente rede de distribuição, seus produtos eram vendidos nos endereços mais chiques de Paris, Londres e Milão. Não havia do que se queixar: no início da década de 90, o faturamento já era de US$ 20 milhões. Mas um belo
dia ela desconfiou que poderia ganhar um pouco mais se fizesse também os vasos para as tais flores. Nada mais lógico. Nada mais lucrativo. Em dez anos, a empresa tornou-se uma grife internacional de artigos de decoração, a SIA (iniciais de Sonia), com vendas de US$ 200 milhões anuais e 50 lojas próprias em 23 países. A marca, que não pára de crescer desde então (cerca de 11% a cada doze meses), acaba de aportar no Brasil. Vem com planos e investimentos de gente grande. Abrirá a primeira loja em São Paulo ao custo
de R$ 5 milhões, e já programa espaços exclusivos dentro de butiques como Daslu Casa e Empório Santa Maria. Dos três mil itens que a matriz produz por semestre (talheres, luminárias, cinzeiros, copos, artigos têxteis, etc.), a metade virá para o Brasil. ?Isso significa que teremos 10 novidades todos os dias nas prateleiras?, diz Giuliano de Luca, sócio da SIA no País.
A filial brasileira é o segundo passo
de um projeto de expansão que começou
no ano passado. Em setembro, a SIA inaugurou uma megastore de 150 m2 numa das melhores esquinas do bairro de Madeleine, em Paris. O ponto é estratégico, colado à sofisticada Rue St. Honore, onde estão as feras da alta costura. ?O gosto do brasileiro em relação a artigos para casa está se sofisticando. Temos grandes oportunidades no mercado local?, diz o sueco Johan Nilsson, presidente mundial da SIA. Um mercado que já movimenta R$ 4 bilhões ao ano. O grupo pretende abrir 30 lojas franqueadas e atingir vendas de R$ 20 milhões até 2006.