A Paper Excellence, empresa indonésia de papel e celulose, está acumulando batalhas simultâneas. Ao mesmo tempo em que trava uma bilionária disputa com o grupo J&F pela Eldorado Celulose no Brasil, agora está às voltas também com uma grande controvérsia no Canadá, país que concentra a maior parte das suas operações.
Segundo a rede CBC, equivalente canadense da britânica BBC, autoridades canadenses convocaram Jackson Widjaja, proprietário declarado da Paper Excellence, para depor no congresso sobre a estrutura de controle “obscura” da empresa.

Parlamentares desconfiam que o empresário sirva de fachada para investimentos do governo chinês e para o grupo de sua família, o Sinar Mas, acusado por ONGs como o Greenpeace por ter desmatado mais de 1 milhão de hectares no Sudeste Asiático – o equivalente a duas vezes a área do Distrito Federal.

Widjaja nega ter vínculos com o Sinar Mas, mas o jornal francês Le Monde publicou recentemente uma série de reportagens investigativas que mostra que a Paper Excellence opera como uma subsidiária da Asia Pulp and Paper (APP), empresa de celulose da família na Ásia que foi responsável pelo maior calote da história dos mercados emergentes, de 12 bilhões de dólares.

O empresário mandou quatro executivos deporem em seu lugar, colocando ainda mais lenha na fogueira da preocupação dos canadenses com o acesso da Paper Excellence a seus recursos naturais.