Dona de uma receita global de US$ 4 bilhões, a companhia americana de software CA Technologies vem se destacando pela adoção crescente de políticas e iniciativas para estimular a diversidade em suas operações. Com 21 anos de experiência no mercado de tecnologia e passagens por empresas como IBM e SAP, a colombiana Claudia Vasquez, presidente da companhia na região da América Latina, falou à coluna sobre o tema.

Como a CA Technologies lida com a diversidade?
Temos um grande foco na diversidade e apoiamos diversos projetos e instituições ligados a essa questão. Quando publicamos uma oportunidade de trabalho, por exemplo, cuidamos para atrair candidatos de diferentes gêneros, origens e raças, de modo que todos possam se identificar e se sentir representados.

Na prática, como a adoção dessas políticas se reflete na estrutura da empresa?
Na América Latina, por exemplo, há muitas mulheres sendo promovidas e assumindo posições-chaves na companhia. E temos o caso espetacular da Meghan Stabler, uma transgênero que trabalhou como homem por muitos anos na CA e hoje integra o conselho de administração da empresa nos Estados Unidos.

Quais são os reflexos da diversidade nos negócios?
As corporações que abrem espaço para esse tema são as que têm, claramente, maior capacidade de entregar serviços que realmente atendam as necessidades do cliente. Hoje, temos mais mulheres independentes economicamente, o que faz com que a demanda de serviços seja mais diversa. O consumo já não é mais masculino. É cada vez mais heterogêneo.

Mas qual é a abertura atualmente para a adoção dessa visão nas empresas?
Nunca tivemos um ambiente corporativo tão preparado como hoje. E isso está muito relacionado com o tema da transformação digital. O consumidor está no centro dessa revolução, o que exige, necessariamente, uma visão mais plural sobre esse cliente. É inegável que as empresas precisam mudar para servir de forma diferente seu público. Não há negociação nesse ponto. As empresas que não incorporarem o tema da diversidade vão ficar para trás.

(Nota publicada na Edição 1021 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Gabriel Baldocchi, Márcio Kroehn e Moacir Drska)