Economia em marcha lenta, desaceleração do consumo, inflação alta, crédito escasso e o risco de desemprego. Segundo analistas, esses fatores contribuirão para que 2015 seja um ano difícil no setor de varejo. Dentro deste segmento e atendendo um público diretamente afetado pelos problemas econômicos, a rede de roupa intima feminina Marisa definiu estratégias comerciais para alavancar suas vendas. Nesta sexta-feira, a empresa realiza o Pink Friday, em alusão à tradicional Black Friday. Por sua vez, a catarinense Cia Hering está relançando sua marca jovem DZARM, que agora terá lojas próprias e franquias.

O Pink Friday da Marisa, com promoções durante toda a sexta-feira, terá continuidade nas lojas online da rede que vão oferecer descontos de até 70%, entre os dias 24 e 25. Celson Plácido, analista da XP Investimentos, explica que a maior dificuldade da rede este ano está em seu público. Conhecida por fornecer produtos para consumidores de menor poder aquisitivo a empresa tem pela frente um público endividado e vulnerável ao desemprego. “Um ponto a favor da Marisa é que ela não vende produtos de alto valor agregado o que de certa forma não demanda crédito por parte do consumidor”, diz Plácido.

A Cia Hering, que vem de um longo período de reestruturação, decidiu relançar sua linha de moda jovem, a DZARM. Entre as principais mudanças, estão a abertura de lojas próprias, o fim das coleções masculinas e a concentração do produto em grandes centros. De acordo com o diretor de marcas da Cia Hering, Edson Amaro, a dzarm não passou pelo processo de franquias que outras marcas do grupo passaram, mas, agora, isso deve acontecer. “Vínhamos estruturando esse plano há algum tempo e é o que vamos fazer agora”, diz Amaro. No terceiro trimestre de 2014, a empresa conseguiu aumentar seu lucro em 21,7%, para R$ 70,9 milhões, revertendo um ritmo de queda apresentado no primeiro e segundo trimestre.

Para outras empresas varejistas de moda o analista também espera um ano desafiador. Segundo ele, a única que pode se destacar positivamente é a Renner. “Uma rede bem posicionada que vem crescendo e está muito bem gerida.” Já a concorrente Riachuelo deverá ter novos desafios. “A Riachuelo passa por um processo de reposicionamento de marca. Ao contrário dos concorrentes que importam da China, tem sua própria produção, o que eleva o custo e os riscos.”, diz Plácido.