15/07/2009 - 7:00
Cena emblemática: Federer beija o troféu de Wimbledon no dia 5 de julho
O tenista suíço Roger Federer, 27 anos, já tinha um currículo invejável quando pisou no gramado de Wimblebon, um dos grandes templos do tênis, no domingo 5 de julho, para enfrentar o norte-americano Andy Roddick. Cinco sets e 4h16 depois, ele saiu de lá como o maior da história ? pelo menos em número de torneios de Grand Slam, nome dado aos quatro campeonatos mais importantes do tênis, que reúne o americano US Open, o Australian Open, o francês Roland Garros e o britânico Wimbledon. Federer ganhou todos, sem exceção, e, se não bastasse isso, venceu 15 vezes, quebrando a marca do americano Pete Sampras, que detinha 14 vitórias. É difícil, evidentemente, dizer que ele é o maior de todos os tempos, pois sempre há comparações com tenistas de outras épocas como o sueco Bjorn Borg.
US$ 48 milhões é quanto o tenista arrecadou em prêmios desde que se tornou jogador profissional
Pode-se, contudo, cravar que seu lugar no Olimpo do esporte está garantido. Federer é completo, um gênio. Ele domina todas as técnicas com eficiência e joga bem tanto no fundo da quadra como na rede. Dentro e fora das quatro linhas, esse suíço nascido em Basel é também uma máquina de fazer dinheiro. Desde 1998, quando começou a jogar como profissional, ele acumulou US$ 48 milhões em prêmios e
estima- se que ganhe mais US$ 15 milhões ao ano com patrocínios. ?Não dá para destacar um ponto negativo na imagem dele?, diz César Gualdani, diretor da TNS Sports, consultoria de marketing esportivo.
Do alto de seu 1,86 m de altura, cabelo castanho escuro liso, olhos castanhos e cara de bom moço, Federer é um ímã de grifes de luxo. ?Ele tem tudo a ver com produtos elegantes?, diz Gualdani. Não à toa, a fabricante de relógios Rolex, a montadora alemã Mercedes Benz, a seguradora Nationale Suisse , a empresa de jatos executivos NetJets, a marca de máquina de café Jura, a companhia aérea Swiss, a fabricante de raquetes Wilson e as americanas Gillette e Nike pagam para ter seus nomes associados a Federer. Toda vez que ele vence um torneio ? e desta última vez em Wimbledon não foi diferente ? ele saca um Rolex da bolsa e o põe no pulso para o momento de levantar o troféu.
Para usar as raquetes da Wilson, recebe cerca de US$ 2 milhões por ano e para deixar a barba bem feitinha são outros milhões. Em janeiro de 2007, Federer desbancou o inglês David Beckham, jogador de futebol que vive muito mais do marketing do que efetivamente por seu currículo nos gramados, para ser o garoto-propaganda da americana Gillette na Europa. Da Nike, ele recebe uma boa bolada em dinheiro, outro montante em participação em vendas das coleções com o seu nome e também bônus pelo desempenho nas quadras. ?Ele tem tudo para continuar com a Nike mesmo depois de parar de jogar?, diz Mario Andrada, diretor de comunicação da empresa de equipamentos esportivos. Vale lembrar que a linha do astro do basquete Michael Jordan, que parou de jogar em 2003, ainda é a mais vendida da empresa em todo o mundo.
Pode ser que o desempenho de Federer como ídolo do esporte e como máquina de fazer dinheiro se perpetue, mas não será fácil. Federer não tem a rebeldia de John Mc Enroe nem o carisma de Bjorn Borg. ? Sua imagem é a do vitorioso bem educado?, diz Claudinei Santos, coordenador da pósgraduação do curso de Negócios do Esporte da ESPM. A Nike sabe explorar esse lado com maestria. ?Para quem quer roupas mais clássicas, temos a linha do Federer. Já quem prefere agressividade e cores fortes, temos a do Nadal?, diz Andrada, se referindo ao jovem espanhol Rafael Nadal, o principal oponente de Federer.
A imagem e os negócios do suíço são lapidados por duas empresas: a Roger Federer Management, criada em 2003 e controlada por seus pais e sua esposa, a ex-tenista eslovaca de nascimento e suíça de adoção Mirka Vavrinec; e a IMG, que cuida da carreira de estrelas como a bela Maria Sharapova. primeira traz mais patrocínios locais e a segunda busca parceiros globais. Foi a IMG inclusive que trouxe empresas como a Gillette e a Wilson. Para o tenista, entretanto, são apenas detalhes. ?Dinheiro para mim é um extra, pois minha verdadeira paixão é jogar?, certa vez disse Federer. Continue assim Roger, continue assim.
Sucesso fora das quadras
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