24/08/2012 - 21:00
O palco da premiação (da esq. para a dir.): Luiz Fernando Sá, diretor editorial-adjunto da Editora Três; Fernando Exel, presidente da Economática; Pedro Melo, presidente da KPMG; Aécio Neves, senador; Aldo Rebelo, ministro do Esporte; Guido Mantega, ministro da Fazenda; Caco Alzugaray, presidente executivo da Editora Três; Edison Lobão, ministro das Minas e Energia; Aguinaldo Ribeiro, ministro das Cidades; Paulo Skaf, presidente da Fiesp; Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três; Antoninho Marmo Trevisan, diretor presidente da Trevisan Escola de Negócios.
A empresa do ano: O GRUPO BRADESCO, cujo conselho é presidido por Lázaro de Mello Brandão,
foi o vencedor por sua expansão em todos os setores em que atua.
A celebração do crescimento
Na grande noite do capitalismo brasileiro, empresários e autoridades discursaram para mais de 1.000 convidados presentes ao evento das campeãs.
Em tempos de crise, uns choram, outros vendem lenço. Esse é um aforismo sempre lembrado pelos empresários quando há turbulências no horizonte. E elas não faltaram desde 2008, quando eclodiu a primeira onda da crise financeira internacional. No ano passado, foi a vez do cenário deteriorar-se na Europa. Em comum, nesses dois casos, foi a capacidade de resiliência da economia brasileira e, em especial, de suas empresas privadas e públicas. Esse foi o pano de fundo da premiação AS MELHORES DA DINHEIRO, que reconheceu as companhias que não tiraram o pé do acelerador, mantendo seus planos de investimentos, e consagrou o grupo Bradesco como a Empresa do Ano em 2011. Outras 33 empresas foram premiadas pela DINHEIRO, a partir de dados compilados, cruzados e analisados pela KPMG e pela Trevisan Escola de Negócios (confira todos os vencedores ao final da reportagem).
Caco Alzugaray: “O fato de atravessarmos a grave crise internacional com avanço próximo
a 3% já demonstra a força da nossa economia”
O evento, realizado na quinta-feira 16 de agosto no Credicard Hall, em São Paulo, reuniu mais de mil empresários ao lado de autoridades como os ministros da Fazenda, Guido Mantega; das Minas e Energia, Edison Lobão; dos Esportes, Aldo Rebelo; das Cidades, Aguinaldo Ribeiro; e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti; além do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do governador da Bahia, Jaques Wagner. Caco Alzugaray, presidente executivo da Editora Três, que edita a revista DINHEIRO – criada há 15 anos por seu pai, o empresário Domingo Alzugaray –, deu o tom de otimismo da cerimônia. “A questão é se a crise internacional furou a barreira de proteção da economia brasileira a ponto de interromper nosso ciclo de desenvolvimento.
Guido Mantega: “Não descansaremos enquanto o crescimento vigoroso
não estiver novamente implantado no País”
Lázaro Brandão: “Somos um banco devotado a atender às premissas do governo
para que o Brasil se fortaleça”
Diálogo de líderes: Caco Alzugaray (à esq.), senador Aécio Neves e Luiz Carlos Trabuco,
presidente do Bradesco
Carlos José Marques, diretor editorial da Três, e o ministro Edison Lobão
Ministro Aldo Rebelo, dos Esportes, e Lázaro de Mello Brandão, do Bradesco
Ministra Ideli Salvatti e o presidente da Transpetro, Sérgio Machado
Governador Jaques Wagner, da Bahia, Antônio Bornia e Lázaro de Mello Brandão, do Bradesco
Ministro Aguinaldo Ribeiro, das Cidades, e Caco Alzugaray
Os investimentos de quem aposta no Brasil
Em seu discurso aos empresários, o ministro Guido Mantega celebrou a alta de 12,3% nas vendas ao varejo e a criação de 1,2 milhão de empregos com carteira assinada.
Acreditamos que não”, afirmou. “Apenas o fato de atravessarmos a grave crise internacional com avanço próximo aos 3% já demonstra a força de nossa economia.” A opinião de Alzugaray foi ratificada pelo ministro Guido Mantega. “Posso assegurar que continuaremos a tomar medidas de estímulo para aumentar a competitividade da economia brasileira”, disse ele. “Não descansaremos enquanto o crescimento vigoroso não estiver novamente implantado no País.” Em seu discurso, o ministro da Fazenda enumerou uma série de medidas que o governo vem adotando para garantir a expansão da economia nacional. Citou a ampliação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o ambicioso plano de concessões em ferrovias e rodovias, que prevê investimentos de R$ 133 bilhões em 25 anos.
“O Brasil dispõe hoje de uma das maiores carteiras de investimento do mundo”, afirmou Mantega, acrescentando que as desonerações e tributos da economia estão estimadas em R$ 45 bilhões em 2012, o equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB). O ministro lembrou, ainda, a cruzada do governo junto aos bancos estatais e privados para a redução dos spreads, que serviu de estímulo à atividade produtiva para vários setores. Ao receber o troféu de Empresa do Ano das mãos de Alzugaray, o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão, reiterou o apoio de seu grupo ao crescimento da economia interna: “Somos um banco devotado a atender às premissas do governo para que o Brasil se fortaleça”, disse Brandão. Para mostrar que seu otimismo não se tratava apenas de recurso retórico para a plateia, Mantega mostrou dados recém-divulgados que comprovam uma reação da economia brasileira, a partir do segundo semestre.
O volume de vendas do varejo em junho, por exemplo, cresceu 12,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Outro indicador positivo foi a criação de 142 mil empregos formais, em julho. Nos sete primeiros meses deste ano, foram gerados 1,2 milhão de empregos com carteira assinada. “É um crescimento significativo e que contrasta com os altos índices de desemprego dos EUA e da Europa”, afirmou o ministro. Um exemplo que confirma à perfeição o tom otimista do ministro da Fazenda foi o anúncio feito, durante o evento, pelo presidente da gaúcha Lojas Renner, José Galló, escolhida a melhor do setor de Varejo. “Vamos empregar 2 mil novos funcionários até o final deste ano em nossas lojas e centros de distribuição”, disse o executivo. Sérgio Machado, presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras e melhor do setor de Serviços de Transportes, ressaltou o renascimento da indústria naval.
Senador Aécio Neves e Paulo Skaf, presidente da Fiesp
Márcio Utsch, presidente da Alpargatas, e José Bello, diretor nacional de publicidade da Três
Luiz Carlos Trabuco, Denise Aguiar Alvarez, membro do conselho de administração
do Bradesco, Aécio Neves e Paulo Skaf
Encontro de notáveis: (da esq. para a dir.) Os ministros Edison Lobão, Guido Mantega
e Aguinaldo Ribeiro; e os executivos Lázaro de Mello Brandão, Paulo Skaf
e Antônio Bornia, vice-presidente do conselho do Bradesco
Carlos José Marques, Guido Mantega e Milton Gamez, diretor de núcleo da Editora Três
O cineasta Ricardo van Steen e Paula Alzugaray, da Editora Três
Alessandro Carlucci, presidente da Natura, e Luiz Fernando Sá, diretor editorial adjunto da Três
Luiz Carlos Trabuco, Caco Alzugaray e Lázaro de Mello Brandão
Governador Jaques Wagner e Carlos José Marques
Marcos Molina, presidente da Marfrig, e Clayton Netz, redator-chefe da DINHEIRO
Murillo Ferreira, presidente da Vale, e Guilherme Barros, colunista da DINHEIRO
O otimismo dos que produzem
A Transpetro gerou 60 mil empregos e a Vale está investindo R$ 40 bilhões. são exemplos da metade cheia do copo da realidade econômica do país.
“Nos últimos oito meses, colocamos em funcionamento três navios”, afirmou. “São 60 mil novos empregos gerados.” Murilo Ferreira, presidente da Vale, que divulgou recentemente um investimento de R$ 40 bilhões, o maior já anunciado por uma empresa privada brasileira, relatou um episódio que ilustra a diversidade de reações dos empresários brasileiros diante de um cenário de incertezas. Em uma reunião com Mantega, na qual participavam executivos de grandes empresas, ele foi testemunha de dois depoimentos de dirigentes que estavam sentados lado a lado: um pessimista e o outro otimista. No primeiro caso, o executivo pediu mais incentivos ao governo. Já o segundo relatou estar vivendo o melhor ano de sua história. Mantega, na ocasião, brincou. “Dá para separar esses dois empresários bipolares?” Nos últimos anos, não há dúvida, tem-se saído melhor no Brasil quem, em vez de chorar, começou a vender lenços. “Precisamos começar a olhar para a metade cheia do copo da realidade brasileira, não apenas a vazia”, afirmou Alzugaray.
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As melhores entre as 1000 maiores
Prêmio, que é único no país, analisa as melhores práticas das empresas brasileiras em cinco dimensões, do balanço à gestão de recursos humanos.
A grande campeã: GRUPO BRADESCO Caco Alzugaray (à dir.) entrega a Lázaro de Mello Brandão,
do grupo Bradesco, o troféu de Empresa do Ano