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Quando se pensa na marca Taurus, a primeira imagem que surge são as pistolas fabricadas pela empresa gaúcha. Não é para menos. A empresa lidera com folga o mercado brasileiro de armas leves, com impressionantes 80% de participação nas vendas totais. De sua receita líquida anual, na casa dos R$ 600 milhões, quase R$ 500 milhões são gerados pela comercialização de revólveres. Mas a dependência excessiva é perigosa. Poucos setores são tão suscetíveis a críticas (há quatro anos, a liberação de armas foi submetida a escrutínio público no País) e por isso a Taurus é vista com certa reserva por investidores. Para garantir o futuro do negócio, a direção da Taurus vem investindo em um vigoroso processo de diversificação.

A face mais visível dessa estratégia é a subsidiária Farmastil Taurus. Em vez de artefatos bélicos, a empresa fabrica ferramentas e produtos para jardinagem. ?Queremos aproveitar o crescimento do mercado de construção civil, em especial o da autoconstrução?, diz Edair Deconto, diretor do Grupo Taurus. No início do ano, a companhia vai investir R$ 10 milhões em um centro de distribuição no Recife, em Pernambuco. ?Queremos ficar mais perto da região onde o consumo cresce de forma acentuada?,justifica Deconto.

A Farmastil Taurus possui uma fábrica em Gramado (RS), de onde saem 150 mil martelos por mês. Neste segmento, ela já rivaliza com a Tramontina, que tem mais tradição nesse ramo. Além de martelos, o braço mais ?light? da Taurus produz vassouras de metal, usadas em jardinagem. Para ganhar mais espaço nos pontos de venda, a empresa está ampliando seu portfólio. Em 2010 será inaugurada uma fábrica de mangueiras de plástico, possivelmente em São Paulo. Para se firmar nesta área, a empresa se ampara em pesquisas. ?Cerca de 80% dos consumidores de ferramentas chegam à loja sem uma marca em mente?, diz Giuliano Tissot, diretor da Farmastil Taurus. Para conquistar a preferência desse consumidor, o executivo promoveu uma guinada no sistema de vendas. Cortou os distribuidores terceirizados e ampliou de 70 para 180 o número de vendedores próprios. Outros 40 serão contratados até o início de janeiro. Também mudou a identidade visual das embalagens, apostando nas cores laranja e preta.

?Usamos uma estratégia semelhante à adotada pelos fabricantes de alimentos nos supermercados?, afirma Tissot. Trata-se, de fato, de uma guinada e tanto para uma empresa reconhecida por suas armas de fogo.