Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) – O grupo de atacarejo Assaí registrou crescimento de 44,8% no lucro líquido ajustado do quarto trimestre de 2024 na comparação com o mesmo período do ano anterior, para R$430 milhões, informou a companhia nesta quarta-feira.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado do trimestre aumentou 14,1% na mesma comparação, para R$1,64 bilhão de reais. No ano, o lucro subiu 8,3% ante 2023, enquanto o Ebitda ajustado cresceu 16,8% na mesma base. Os dados adotam a norma internacional IFRS-16.

Desconsiderando esses efeitos, o Ebitda ajustado do quarto trimestre totalizou R$1,29 bilhão, avanço de 15,7% ano a ano, enquanto o lucro líquido foi de R$474 milhões, 38,2% superior a um ano antes, conforme relatório de resultados.

A empresa reforçou sua projeção de inaugurar 10 lojas em 2025, com guidance de investimentos até R$1,2 bilhão. Antes da revisão em outubro, motivada pelas recentes altas da taxa Selic e as expectativas sobre juros, o Assaí estimava abrir 20 lojas.

Em 2024, foram inauguradas 15 lojas (incluindo 2 lojas convertidas), número dentro do esperado pela companhia. O Assaí tem desacelerado a abertura de novas unidades, à medida que busca reduzir sua alavancagem financeira após um período de forte expansão.

Ao final do quarto trimestre, a relação entre dívida líquida e Ebitda do Assaí estava em 3,04 vezes — em linha com a orientação de encerrar o ano com alavancagem abaixo de 3,2 vezes — ante 3,8 vezes um ano antes. Para o final deste ano, espera-se patamar de 2,6 vezes.

Para 2026, o presidente do Assaí, Belmiro Gomes, disse à Reuters que a companhia espera avaliar uma projeção para a alavancagem no fim do primeiro trimestre.

“Até para ver como começa o ano de 2025. O Brasil é sempre emocionante nos começos de ano, sempre tem as turbulências.”

O Assaí tem previsão de abrir cerca de 20 lojas em 2026, mas o CEO sinalizou que esse número deve ser menor.

“(É) possível que nós façamos uma revisão do número de 2026. A gente tem um indicativo de 20 lojas e isso deve ser reduzido para um patamar similar ao de 2025”, afirmou.

Gomes acrescentou que o fluxo nas lojas da companhia em janeiro e início de fevereiro tem apresentado “tendência similar ao quarto trimestre de 2024”, mas sem detalhar.

O grupo encerrou o último trimestre do ano passado com receita líquida de R$20,16 bilhões, um crescimento de 9,5% ano a ano, com a margem bruta 0,2 ponto percentual maior, em 16,9%.

A companhia atribuiu o resultado à performance de novas lojas, além do aumento da inflação alimentar no trimestre, que contribuiu para o desempenho das vendas “mesmas lojas” (+4,4%), “mesmo diante da pressão no poder de compra da população e maior competitividade”.

A rede de atacarejo também mencionou uma rápida e constante adaptação de sortimentos e serviços, além da “evolução contínua” do modelo de negócios e da experiência de compra como impulsionadores da receita, que cresceu 11% em 2024 ante 2023.