05/12/2019 - 20:56
A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) foi fechada para o público nesta quinta-feira, 5, por determinação do presidente da Casa, deputado Cauê Macris (PSDB). O fechamento ocorreu um dia depois de uma briga generalizada tomar conta da tribuna no plenário, e após deputadas da oposição ocuparem a mesa da Presidência em um protesto contra Macris.
Dezenas de pessoas ficaram para o lado de fora do plenário após Macris determinar o fechamento das galerias que dão acesso à plateia. Ocorria uma sessão extraordinária para a discussão da reforma da previdência estadual, proposta pelo governo João Doria, e servidores públicos que iriam acompanhar a discussão ficaram trancados para o lado de fora.
Após pedidos da oposição pela abertura dos portões, Macris se recusou a negociar. Ele alegou que havia uma recomendação da Polícia Militar pelo fechamento, que se estendeu a todo o prédio da Assembleia. A sessão foi suspensa por volta das 20h.
Imagens do plenário mostravam a maior parte das cadeiras reservadas ao público vazias. As portas chegaram a ser abertas 15 minutos antes da sessão, mas logo foram fechadas e poucas pessoas conseguiram entrar. Cauê Macris deu a entender que decidiu fechar as portas após encontrar a mesa da presidência ocupada por deputadas.
“Fui cerceado da minha atividade de presidir uma sessão legítima, convocada de maneira democrática, por algumas pessoas”, ele disse ao microfone, durante a sessão. “Não vou admitir esse tipo de bagunça na Assembleia Legislativa. É uma posição autoritária e antidemocrática por parte das deputadas.”
Nos corredores, houve confusão e gritos de ordem pedindo a abertura da galeria. Um requerimento que pediu o fechamento das galerias durante a sessão circulou entre parlamentares desde a noite de quarta, assinado por deputados governistas.
O texto tem como base um artigo do regimento da Assembleia, que diz que os espectadores “deverão guardar silêncio”. As sessões que discutem a Previdência estadual têm sido tumultuadas e, na noite de quarta, deputados chegaram às vias de fato após provocações de Arthur do Val (sem partido) na tribuna, que chamou sindicalistas e esquerdistas de “vagabundos”.
“Gerou um clima generalizado de desconfiança”, disse o deputado Ênio Tatto (PT), sobre o pedido de fechamento do plenário.