12/07/2017 - 8:30
Chefe da assessoria especial do Ministério da Fazenda, Marcos Mendes fez ontem um duro desabafo contra os dirigentes dos órgãos públicos que culpam, via a imprensa, o contingenciamento de verbas do Orçamento pela falta de fornecimento de serviços públicos.
Na sua página no Facebook, Mendes, que foi um dos formuladores da proposta de teto de gastos, diz que a lógica que tomou conta do setor público brasileiro é pagar a folha de servidores primeiro. “Prestar serviços é secundário”, escreveu. As declarações de Mendes ocorrem num momento em que o governo está sendo pressionado por órgãos públicos para liberar recursos. Como mostrou o Estadão/Broadcast, a dificuldade financeira intensifica a disputa por recursos orçamentários entre os ministérios e os órgãos.
“A verdade é que os orçamentos dos órgãos são quase todos consumidos por folha de pessoal, aposentadorias e pensões”, critica o assessor do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, numa rara manifestação pública desse tipo.
Mendes questiona a posição dos servidores que brigaram por manter reajustes salariais e mudanças na proposta de reforma da Previdência. “Onde estava a preocupação dos servidores com a prestação de serviços quando fizeram greves e protestos por aumentos salariais acima da inflação? Onde estava o senso de prioridade quando decidiram cortar despesas essenciais antes de fazer um plano de contingência para conter despesas supérfluas?”, alfineta. “A causa da precariedade dos serviços públicos é o excesso de despesa com previdência e pessoal” diz ele. Para Mendes, é preciso decidir se o Estado brasileiro deve servir ao cidadão ou a seus funcionários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.