O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, reiterou nesta segunda-feira, 2, que a assinatura do contrato de prorrogação da concessão da Malha Paulista se realizará mesmo em março. Assim que for firmado, ele demandará R$ 6 bilhões em investimentos nas ferrovias em cinco anos. O trecho é operado pela concessionária Rumo.

Em São Paulo, 33 municípios serão beneficiados pelo projeto. “A gente sai de 35 milhões para 75 milhões de toneladas”, disse o ministro, acrescentando que já está indo para o Tribunal de Contas da União (TCU) a concessão 153 Goiás/Tocantins e o ministério já está trabalhando na 364, de Rondônia. Além disso, disse Freitas, a desestatização do Porto do Espírito Santo deverá estar modelada em junho.

“A Rodovia 163 Pará já está modelada e em breve irá para o TCU. Terminamos a pavimentação e agora vamos trabalhar a concessão dela. Estamos também para enviar ao TCU a Ferrogrão, Fiol deve estar saindo do Tribunal; em junho ou julho devemos fazer os leilões de cinco terminais portuários, e por ai vai”, disse o ministro.

Freitas falou com os jornalistas após participar de reunião de mais de três horas com empresários do setor industrial, na sede da Fiesp, em São Paulo. Ele disse que também conversou com os empresários sobre novos projetos que ainda demandam licenciamentos ambientais, que vão impactar o agronegócio – mas que estas questões estão sendo resolvidas.

Questionado pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, se não teme prováveis adiamentos de projetos em decorrência de tensões políticas, Freitas disse que não, porque “independe da questão política, é um trabalho muito técnico”.

“A gente está mantendo essa agenda técnica, estamos trazendo o que tem de melhor em termos de estruturação de projetos. Estamos conseguindo colocar nossos projetos na praça, conversando com investidores, e eles estão animados porque o momento é favorável ao Brasil”, disse. “A gente observa um mundo que começa a se retrair. Você vê que a previsão de PIB é a menor nos últimos dez anos”, acrescentou o ministro.

Segundo ele, as economias centrais começam a responder a esse encolhimento por meio da redução de taxas de juros, o que torna os projetos de infraestrutura no Brasil mais interessantes.

“Com essa redução das taxas de juros, nossos projetos começam a fazer mais sentido porque a gente consegue oferecer remunerações nos nossos projetos que não vamos encontrar em lugar nenhum do planeta. Então a coisa meio que anda sozinha”, disse Freitas.

Ele lembrou que foram feitos 27 leilões no ano passado, todos bem sucedidos, e que neste ano, antes do carnaval, foi feito o leilão da Concessão da BR-101 de Santa Catarina. “Tenho certeza que esse ano vai ser nessa mesma pegada. Nós vamos fazer leilões, eles vão ser bem sucedidos e nós vamos entregar os investimentos que nós prometemos.”

Para o ministro, as tensões políticas não impactam os investimentos estruturais de forma direta.”A economia real está descolada da questão política. O investidor pensa a longo prazo, tem pragmatismo muito grande”, afirma.

Freitas afirma também que o clima geral entre os parlamentares está alinhado ao mercado. “Por mais que tenha confusão, você tem uma orientação do Congresso para os negócios. O Congresso resolveu enfrentar questões que não enfrentava. Com muita coragem, enfrentou a reforma da Previdência e está pronto para discutir a reforma administrativa e a tributária”, defendeu.