30/11/2022 - 0:48
Normalmente feito dos mesmos materiais que compõem os agrupamentos rochosos do Sistema Solar Interno, um asteroide é, a grosso modo, um pedaço relativamente pequeno desses materiais em conjunto que orbita o sol, frequentemente considerado como um planeta menor – nos casos em que esses objetos apresentam um tamanho maior, são descritos como planetoides.
Tendo isso em vista, mais de 10 mil asteroides já são conhecidos. Desse total, apenas 1.400 são considerados potencialmente perigosos, uma vez que suas órbitas e tamanho torna-os ameaçadores à segurança humana em algum nível.
+ Astrônomos descobrem novo asteroide ‘potencialmente perigoso’
Recentemente, astrônomos conseguiram vislumbrar um asteroide poucas horas antes de colidir com a Terra. O feito aconteceu apenas cinco vezes em toda a história; essa foi a sexta vez documentada.
Em 19 de novembro, quase quatro horas antes do impacto, o Catalina Sky Survey descobriu um asteroide chamado 2022 WJ1 em uma trajetória de aproximação com a Terra. A detecção foi feita às 04:53 UTC, pelo Mount Lemmon Observatory, parte da rede Catalina. O monitoramento do objeto foi mantido e produziu quatro imagens que deram aos astrônomos segurança para confirmar a detecção e reportá-la ao IAU Minor Planet Center às 05:38 UTC.
Com as imagens foi possível ainda calcular a trajetória do meteorito no céu. Os diversos programas de monitoramento de impacto ajudaram a identificar que a rocha tinha cerca de 20% de chance de cair em algum lugar do continente norte-americano. No entanto, com observações mais profundas, os astrônomos conseguiram refinar as medições, dando um tempo e um local: às 08:27 UTC, 2022 WJ1 foi visto riscando o céu como uma bola de fogo verde brilhante, sobre a região Golden Horseshoe no sul de Ontário, Canadá.
Monitoramento de asteroides
O asteroide 2022 WJ1 era muito pequeno para causar danos relevantes. Contudo, sua detecção representa que as técnicas de monitoramento de rochas estão se desenvolvendo bem; assinalando, assim, que as chances de proteger a vida humana dessa queda espacial são maiores e mais precisas, sobretudo com relação aos asteroides grandes que representam riscos reais e catastróficos.
Nas proximidades da Terra, o espaço é formado principalmente por meteoritos que orbitam o Sol de tal maneira que os aproximam da órbita da Terra. Desse modo, esses corpos espaciais são chamados de asteroides próximos da Terra.
Embora numerosos, a maioria deles é muito pequena, o que deixa os cientistas confiantes de que conseguiram encontrar todos que são maiores e que poderiam significar, de fato, um perigo para o planeta. Para a alegria e alívio de todos, determinou-se que nenhum dos asteroides conhecidos chegará perto o suficiente para causar danos, não pelo menos pelo próximo século.
Entretanto, isso não significa que os cientistas não estejam de olho e aprimorando as habilidades na detecção de astros, representando ou não, riscos.
Assustadoramente fascinante, a notícia de que um asteroide colidiu com a Terra parece enredo de cinema, principalmente porque a descoberta foi o primeiro meteoro já previsto a cair sobre uma área densamente povoada. Entretanto, o meteorito não era um perigo, pois media apenas cerca de um metro de diâmetro ao entrar na atmosfera da Terra, o que o fez ser o menor asteroide já observado antes da entrada na atmosfera até agora.
Pouco antes da colisão, ele se transformou num bólido flamejante, despedaçando-se em pedaços menores que caíram no Lago Ontário. Grande parte dos pedaços localizáveis do aerólito devem ser pequenos pedaços de detritos que serão, posteriormente, recuperados e estudados pelos cientistas.