05/02/2019 - 13:54
O setor de varejo de alimentos viu diminuir em 6,4% a quantidade de mercadorias vendidas em lojas no formato hipermercado em 2018 ao mesmo tempo em que o “atacarejo” cresceu 12,8%, de acordo com dados da Nielsen. A empresa mede o número de itens vendidos em categorias de produto como alimentos, higiene e limpeza em vários tipos de loja.
Embora o setor de supermercados como um todo tenha comemorado um crescimento de receita em 2018, com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) reportando aumento real de 2,07% no faturamento, os números da Nielsen sinalizam que a distribuição das vendas foi bastante diferente entre os diversos tipos de loja.
O formato de “atacarejo” segue ganhando espaço. Essas lojas que conquistaram a preferência dos consumidores no ápice da crise econômica são as que mais crescem em volume de vendas, de acordo com a Nielsen.
Pela frente, apesar da melhora na confiança dos consumidores e da esperada retomada econômica, a Nielsen ainda acredita em crescimento do “atacarejo”. “Ainda vemos uma continuidade dos planos das empresas de abertura de novas lojas de ‘atacarejo'”, comenta o gerente da Nielsen, Daniel Souza. Ele acrescenta que o comportamento que os consumidores adquiriram durante a crise tende a se manter.
Por outro lado, a expectativa é que outros formatos de loja que têm maior apelo para a conveniência ganhem espaço. As redes de vizinhança ainda caíram em vendas em 2018, com recuo de 2% no volume conforme a Nielsen. A expectativa de Souza é que esse formato acelere com uma melhora na disponibilidade de renda das famílias.
Para o presidente da Abras, João Sanzovo Neto, as companhias do setor vem renovando seus formatos de loja continuamente, ajustando-os às preferências dos consumidores. Ele considera que até mesmo os hipermercados – o tipo de loja que mais perdeu fatia de mercado para o “atacarejo” – tem espaço para se recuperar no País com a melhora da economia. “Já vemos empresas atualizando os hipermercados, reduzindo os espaços de venda e transformando a área excedente para uso em outros negócios”, comentou. Ele ainda considera que, com o tempo, o crescimento do “atacarejo” tende a se estabilizar.