Até parece que o mundo está de cabeça para baixo. No prestigiado diário britânico Financial Times, as manchetes dão conta de que o dólar sofre um ataque especulativo, liderado pelas moedas dos países emergentes – no pelotão de frente está o real. Isso fez com que, na semana passada, a moeda americana rompesse a barreira psicológica de R$ 2 e continuasse derretendo – na quinta-feira 17, fechou a R$ 1,95. Um debate inusitado se abriu: o que fazer com tanto dólar? Importar mais é idéia descartada pelo governo. Reduzir os juros é outra opção. Sem nenhum plano concreto, o presidente Lula diz que a queda do dólar é “boa para quem vive de salário”. Já os empresários temem a desindustrialização e contam com um pacote de benefícios fiscais para se tornarem mais competitivos. Para eles, até parece que a abundância de dólares na economia brasileira é mais grave do que a escassez.