17/06/2025 - 7:43
Moscou mantém ofensiva e realiza um dos bombardeios mais letais contra a capital ucraniana. Cidadão americano de 62 anos está entre as vítimas.Pelo menos 14 pessoas morreram e 114 ficaram feridas em um ataque aéreo russo contra Kiev nesta segunda-feira (16/06), segundo informou a administração militar da cidade. Entre os mortos está um cidadão americano de 62 anos.
O presidente ucraniano,Volodimir Zelenski, classificou a ofensiva como “um dos ataques mais horríveis” já registrados na capital ucraniana. Esse foi um dos bombardeios mais letais contra Kiev desde o início da invasão russa contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022, e acontece em meio ao impasse nas negociações entre os dois países.
Zelenski afirmou que um bloco residencial foi destruído e que equipes de resgate ainda buscavam sobreviventes sob os escombros. Incêndios foram registrados em 27 pontos da cidade, resultando em cortes parciais de energia elétrica.
Segundo o ministro do Interior ucraniano, Igor Klimenko, além dos prédios residenciais, instituições de ensino e instalações de infraestrutura crítica também foram atingidas.
Dezenas de pessoas buscaram abrigo em uma estação de metrô no centro de Kiev. Os moradores descreveram o ataque como um dos mais intensos dos últimos tempos. “Provavelmente foi a noite mais infernal que já vivi no nosso bairro”, disse Alina Shtompel, estudante ucraniana de 20 anos, à agência de notícias AFP.
Uma pessoa também morreu e outras dez ficaram feridas em um ataque à cidade portuária de Odessa, no sul do país. Bombardeios nas regiões de Sumy e Kherson ao longo do dia causaram outras duas mortes.
Ao todo, 440 drones e 32 mísseis foram utilizados nos ataques desta segunda-feira. Andriy Yermak, chefe de gabinete de Zelenski, afirmou que os novos ataques demonstram que Moscou “continua sua guerra contra civis”.
Negociações paralisadas
Mais de três anos após o início da invasão em larga escala, a Rússia mantém os ataques contra a capital ucraniana, apesar dos esforços dos Estados Unidos para mediar um cessar-fogo.
As negociações estão paralisadas. Moscou rejeitou a trégua “incondicional” exigida por Kiev e seus aliados europeus, enquanto a Ucrânia classificou as exigências russas como “ultimatos”. Os dois países apenas conseguiram avançar em acordos pela troca de prisioneiros e corpos de militares.
Zelenski se reúne com G7, mas sem Trump
Zelenski esperava se reunir com seu homólogo americano, Donald Trump, durante a cúpula do G7, no Canadá, prevista para esta terça-feira. O líder dos EUA, porém, antecipou sua partida devido à escalada do conflito entre Israel e Irã.
Os representantes do Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão mantiveram a agenda com o presidente ucraniano. O grupo se reunirá também com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte.
A posição de Trump sobre a Ucrânia o coloca em desacordo com os demais líderes do G7, que apoiam a Ucrânia e condenam a Rússia no conflito. Na segunda-feira, Trump sugeriu que a guerra não teria ocorrido se os membros do G7 não tivessem expulsado Putin do grupo em 2014, após a anexação da Crimeia.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que o Reino Unido e outros países do G7 voltarão a impor novas sanções contra a Rússia para pressionar por um cessar-fogo. Trump se recusou a aderir à nova rodada de sanções, dizendo que aguardaria uma ação dos países europeus antes de se posicionar.
gq/cn (afp, ap, dpa, Reuters)