Após a invasão de bolsonaristas golpistas aos prédios oficiais dos Três Poderes da República, o prejuízo no palácio do planalto é estimado em R$ 8 milhões em apenas obras de arte. Também foram invadidos o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, no último domingo (8).

Segundo o levantamento preliminar do governo sobre os estragos causados pelos atos de ontem, pelo menos quatro obras de arte de alto valor estavam entre os itens danificados pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, esse número deve ser atualizado nos próximos dias com o avanço dos trabalhos da perícia.

+ Lula sobe o tom com militares após ataques em Brasília e critica tolerância com pedidos de golpe em quartéis

A principal insatisfação e motivação dos bolsonaristas radicais estava relacionada com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está em seu terceiro mandato e o resultado das urnas, nas eleições de 2022.

A obra “As Mulatas”, do artista plástico Di Cavalcanti, é uma das peça mais valiosas que foram alvos dos golpistas. De acordo com o governo, a principal obra do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos de diferentes tamanhos. O item é avaliado em R$ 8 milhões, mas pode alcançar valores de até R$ 40 milhões em leilões.

A invasão também danificou uma escultura em bronze identificada como “O Flautista”, de Bruno Girogi. A peça, avaliada em R$ 250 mil, foi encontrada completamente destruída com pedaços espalhados pelo salão nobre do Planalto. Já a escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg foi quebrada em diversos pontos e o seu valor é estimado em R$ 300 mil.

O relógio que foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI também foi destruído durante os atos antidemocráticos. Os ponteiros e os números foram arrancados e uma estátua que ficava no topo do relógio também foi retirada pelos golpistas.

Segundo o governo, existiam apenas duas unidades do relógio de Balthazar Martinot, relojoeiro de Luís XIV, rei da França. A segunda peça está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho do exemplar que foi destruído neste domingo. O valor da obra é considerado inestimável.

Algumas obras danificadas nos atos devem ser recuperadas nos próximos dias. No entanto, algumas peças tem estragos irreversíveis, como é o caso do relógio Balthazar Martinot.

O planalto foi invadido por volta das 15h50 de ontem, os golpistas roubaram armas, destruíram gabinetes, obras de arte, janelas, mesas, armários e móveis da sala da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja.

O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o já exonerado secretário de Segurança do estado, Anderson Torres, poderão ter que pagar os prejuízos causados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília (DF).

Além dos dois, os extremistas já identificados nos atos também poderão ser responsabilizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e cobrados pelos danos provocados nos prédios públicos. Integrantes do TCU estudam a possibilidade de responsabilizar os autores dos ataques terroristas e as autoridades.