Disparos de armas pesadas atingiram neste sábado Mekele, a capital da região dissidente de Tigré, onde o exército etíope executa uma operação militar, segundo as autoridades locais entrincheiradas na localidade.

A informação foi confirmada à AFP por duas fontes de serviços humanitários que têm equipes na cidade, que tinha 500.000 habitantes antes do início do conflito.

Três semanas depois do início dos combates, o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, ordenou na quinta-feira ao exército o início da “última fase” da operação militar que começou em 4 de novembro, quando determinou uma ofensiva contra Mekele, o reduto dos líderes da Frente de Libertação Popular de Tigré (TPLF).

Embora não exista um balanço preciso sobre o conflito em Tigré, o centro de estudos International Crisis Group (ICG) afirmou na sexta-feira que “vários milhares de pessoas morreram nos combates”.

Mais de 43.000 etíopes fugiram para o vizinho Sudão, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidos para os Refugiados (ACNUR).

As tensões entre Abiy e a TPLF, que dominou os setores político e de segurança da Etiópia durante quase três décadas décadas, aumentaram desde que o primeiro-ministro chegou ao poder em 2018.