À espera da agenda semanal ganhar força, o Ibovespa opera perto da estabilidade, alternando leve queda e alta desde a abertura do pregão desta segunda-feira (24). O Índice Bovespa tenta defender a importante marca psicológica dos 120 mil pontos, retomada na sexta-feira, 21, quando subiu 1,81%, fechando aos 120.216,77 pontos. Além da divulgação do IPCA-15 de julho, que pode vir com deflação, o mercado avaliará uma série de balanços trimestrais, como o da Vale e Santander, assim como os dados de produção da Petrobras do segundo trimestre.

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Nessa penúltima semana de julho, novos dados fracos de atividade na Europa e de serviços nos Estados Unidos geram certa cautela nos mercados, que aguardam uma série de divulgações, com destaque para decisões de política monetária de grandes bancos centrais, como o americano. Ao mesmo tempo, há expectativa de anúncio de medidas de estímulo na China após dados fracos de atividade.

“O que o mercado espera é um pacote amplo de estímulos creditícios na China, a sua formalização. Agora, os efeitos da política monetária chinesa ficam um pouco de lado”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Nos próximos dias, o Politburo do Partido Comunista chinês deverá se reunir para definir o tom de suas políticas para o segundo semestre. O principal órgão decisório da China demonstrou hoje confiança na recuperação da segunda maior economia do mundo, com a promessa de mais medidas de apoio, mas também reconheceu os obstáculos ao crescimento.

Nos Estados Unidos, alguns dados de atividade informados pela manhã mostraram um quadro mais fraco do que o esperado, a poucos dias da decisão dos juros dos Estados Unidos. O mercado conta com uma alta de 0,25 ponto porcentual nos Fed funds e tem dúvidas em relação aos próximos passos do Fed.

Há alguma expectativa de que o banco central dos Estados Unidos sinalize o fim do aperto monetário nesta quarta-feira, 26, cita Marianna Costa, economista-chefe do TC, em nota. Porém, pondera que há incertezas. “Está totalmente em aberto uma alta adicional de 0,25 ponto até o fim do ano”, afirma. Em sua avaliação, os indicadores de inflação e do mercado de trabalho dos EUA colocam dúvidas sobre a possibilidade de encerramento do ciclo de aperto monetário por lá nesta semana.

O debate sobre a política monetária brasileira também ficar no radar, dado a proximidade do Copom, na semana que vem, e ao anúncio do IPCA-15 de julho, amanhã.

“Aqui, temos uma semana chave para elocubrar um pouco melhor o gatilho para Ibovespa no segundo semestre que é a queda de juros. Se o IPCA-15 de julho vier com uma queda maior, poderá elevar a expectativa de corte de meio ponto da Selic em agosto”, completa Spiess, da Empiricus.

Como reforça a economista do TC, o IPCA-15 deste mês deve “o tom” para o início do processo de afrouxamento monetário por parte do Copom. “Vai começar o ciclo de queda agora, mas ainda há dúvidas quanto a magnitude do corte. Os núcleos do IPCA-15 serão de grande importância para calibrar o tamanho da queda da Selic’, diz Marianna Costa. A maioria das apostas é de um recuo de 0,25 ponto porcentual no juro básico, que hoje está em 13,75%, mas na sexta a curva de juros voltou a levar em conta um recuo de meio ponto porcentual.

Apesar do movimento de redução da Selic de 13,75% para 13,25% no Copom de agosto, o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, pondera que a defesa da parcimônia feita pelo Banco Central ainda aponta para um ajuste mais comedido, de 0,25 ponto.

Em Nova York e na Europa, as bolsas têm desempenho moderado, antes da decisão do Fed na quarta e das definições de juros do BCE e do banco central japonês. Ao mesmo tempo, saem balanços de gigantes de tecnologia, PIB e dado de inflação dos EUA.

Nesta terça-feira, 25, será publicado o boletim Focus, cuja data foi alterada por conta da estreia da Seleção Brasileira Feminina de Futebol na Copa do Mundo nesta segunda.

Às 11h33 desta segunda-feira, o Ibovespa subia 0,18%, aos 120.430,07 pontos, após avançar 0,41%, na máxima aos 120.714,91 pontos. Vale e Petrobras tinham ganhos entre 1,15% e cerca de 1,50%, respectivamente. Já ações de grandes bancos cediam.