15/11/2022 - 20:57
Ativistas do clima jogaram um líquido preto sobre um quadro do pintor austríaco Gustav Klimt num museu na Áustria nesta terça-feira (15/11), no mais recente protesto climático envolvendo obras de arte famosas.
O ato ocorreu no Museu Leopold de Viena e atingiu a pintura Morte e Vida, que estava protegida com uma tela de vidro e não sofreu danos, informou a instituição de arte.
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O grupo Letzte Generation Österreich (Última geração Áustria, em alemão), que faz campanha para que o governo austríaco interrompa novos investimentos em combustíveis fósseis, reivindicou a responsabilidade pelo protesto.
Nas redes sociais, o grupo compartilhou imagens que mostram dois ativistas derramando um líquido preto e oleoso – que se assemelha a petróleo – sobre o vidro que protegia a obra, antes de um deles ser apreendido por um funcionário do museu.
O outro então se cola à moldura da pintura de Klimt. “Parem com a destruição fóssil. Estamos correndo em direção ao inferno climático”, gritou um dos manifestantes.
Os dois ativistas não chegaram a ser detidos, mas foram indiciados por graves danos materiais e perturbação da ordem pública, disse um porta-voz da polícia de Viena à agência de notícias AFP.
A entrada no Museu Leopold era gratuita nesta terça-feira, como parte de um dia patrocinado pelo grupo austríaco de petróleo e gás OMV.
O diretor do museu, Hans-Peter Wipplinger, confirmou que nem o quadro nem a moldura foram danificados, mas lançou críticas ao protesto. “As preocupações dos ativistas climáticos são válidas, mas atacar obras de arte é definitivamente o caminho errado a seguir”, afirmou.
Em tom semelhante, a secretária de Estado para Arte e Cultura da Áustria, Andrea Mayer, disse que considera errado arriscar causar “danos irreparáveis a obras de arte”. “A arte e a cultura são aliadas na luta contra a catástrofe climática, não oponentes”, declarou.
Protestos em museus
O protesto em Viena segue uma série de outras ações recentes promovidas por ativistas do clima em museus europeus, visando chamar atenção para a causa. Os grupos por trás dos atos garantem que o objetivo não é danificar as obras, que eles sabem que estão protegidas.
Nas últimas semanas, jovens se colaram a quadros de Francisco de Goya no Museu do Prado, em Madri (Espanha), derramaram sopa de tomate numa pintura de Vincent van Gogh na National Gallery, em Londres (Inglaterra), e jogaram purê de batatas sobre um obra de Claude Monet numa galeria em Potsdam (Alemanha).
Na semana passada, dezenas de museus do mundo todo emitiram uma declaração conjunta dizendo que os ativistas ambientais que atacaram pinturas “subestimam severamente” os danos que poderiam ser causados.
A declaração foi encabeçada pelo Museu do Prado em Madri e assinada pelos diretores de mais de 90 instituições de renome mundial, incluindo o Guggenheim em Nova York, o Louvre em Paris e o Uffizi em Florença.
ek (AFP, AP)