18/06/2015 - 13:16
A Justiça autorizou o leilão eletrônico de ativos da massa falida da Indústria de Alimentos Nilza, avaliados em R$ 110,92 milhões. Segundo o administrador judicial da companhia, Alexandre Borges Leite, a expectativa é de que as regras para os lances sejam publicadas até julho no site da Inove Leilões, de Ribeirão Preto (SP), sede da Nilza. “Os preços não foram definidos porque o edital ainda está sendo feito, mas poderão ocorrer propostas com menores valores”, disse Leite ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.
No despacho em que autoriza o leilão, o juiz da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto, Héber Mendes Batista, indefere o pedido de impugnação feito pelo Santander no qual o banco, um dos credores da massa falida, pede a reavaliação de máquinas, equipamentos, veículos e instalações da empresa láctea. “Como houve a reavaliação de alguns ativos, o Santander pediu também essa nova avaliação. O juiz considerou que a já feita era suficiente e esperamos apenas a publicação dessa decisão para soltarmos o edital”, afirmou o administrador judicial.
No primeiro leilão, presencial, realizado em novembro de 2014, a Justiça conseguiu levantar R$ 16 milhões: R$ 7 milhões com a marca Nilza, vendida à Italac e já de volta ao mercado, e outros R$ 9 milhões da unidade processadora de leite em Campo Belo (MG). Essa unidade foi arrematada pela Novamix, dona da marca Quatá, que já a arrendava.
O novo certame só foi possível após o desmembramento da área de quase 250 mil metros quadrados, sede da Nilza, em Ribeirão Preto, cujas propostas feitas no leilão passado não foram aceitas pelo juiz. Houve a separação em um lote com 100 mil quadrados, a ser destinado ao setor imobiliário, e avaliado em R$ 16,5 milhões.
A área remanescente, com 142,245 mil metros quadrados, será destinada à indústria e é estimada em R$ 51,5 milhões. Além das áreas, máquinas, equipamentos, utensílios, veículos e a fábrica da cidade paulista foram avaliados em R$ 10,226 milhões.
Além dos ativos de Ribeirão Preto, o leilão vai oferecer novamente a unidade de processamento de Itamonte (MG), incluindo imóveis e equipamentos, avaliada em R$ 30,377 milhões. Ainda integrarão o leilão eletrônico um posto de abastecimento com equipamentos em Dores do Indaiá (MG), com valor de R$ 317,3 mil e uma gleba em Alfenas (MG) estimada em R$ 2 milhões, ativos que não foram incluídos no primeiro certame.
Caso o leilão eletrônico seja um sucesso, os valores apurados pelos ativos da massa falida da Nilza ainda devem ser insuficientes para pagar a dívida da companhia, estimada em torno de R$ 650 milhões. Desse total, R$ 23,5 milhões são de credores extraconcursais, os que investiram na Nilza durante a recuperação judicial e têm preferência de recebimento, antes mesmo dos trabalhistas.