SÃO PAULO (Reuters) – A indústria brasileira de veículos amargou quedas de dois dígitos na produção e nas vendas em abril na comparação com março, em um desempenho que o setor tem atribuído ao ambiente de juros elevados que pressiona a demanda por carros novos, antecipação de compra de caminhões e ônibus no final do ano passado e fornecimento de componentes ainda não estabilizado.

Enquanto a produção de carros, picapes, utilitários esportivos, vans comerciais, caminhões e ônibus desabou 19,4% no mês passado ante março, as vendas de veículos novos despencaram 19,2%, segundo dados informados nesta segunda-feira pela associação de montadoras, Anfavea.

A produção de veículos em abril somou 178,9 mil unidades, menor nível para o mês desde pelo menos 2020. Os emplacamentos foram de 160,7 mil, informou a entidade.

A siderúrgica Gerdau, importante fornecedora de aço para as montadoras do país, informou semana passada que pelo menos oito fábricas de veículos no Brasil estavam paradas.

Segundo os dados da Anfavea, na comparação com abril de 2022, a produção do mês passado caiu cerca de 4%. As vendas, enquanto isso, subiram 9,2%.

No quadrimestre, a produção mostra alta de 4,8% sobre o período de janeiro a abril de 2022, para 714,9 mil veículos. As vendas avançaram 14,4%, para 632,5 mil.

A entidade informou ainda que as exportações de abril caíram 24,1% na comparação anual, para 34 mil veículos, acumulando no quadrimestre recuo de 4,3%, para 146,3 mil unidades.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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