04/11/2016 - 0:00
A Audi quer ser menos exclusiva a partir de 2025. O presidente da empresa no Brasil, Jörg Hofmann, anunciou em São Paulo a Estratégia Global Audi 2025, que “representa a maior mudança da nossa história”. De fabricante de carros premium, a Audi quer se tornar uma provedora de automóveis de alta qualidade e líder mundial em mobilidade sustentável, por meio do compartilhamento de sua frota e da fabricação de automóveis com condução autônoma. O Brasil é o terceiro país a criar o programa Audi Share. Os primeiros foram Estados Unidos e Cingapura.
O serviço de compartilhamento começa com um teste de seis meses em seu próprio quintal e está disponível para 1.800 funcionários de qualquer nível das empresas WTorre, Mapfre e Banco do Brasil, além da própria Audi, que dividem um condomínio comercial na Zona Sul da capital paulista. São cinco carros disponíveis: A3 Sedan 1.4, A4 2.0, Q3 1.4, A6 2.0 e TT 2.0.
Existem três tipos de reserva: por hora, por dia e por fim de semana. Em todos os casos o cliente pegará o carro com o tanque cheio e poderá devolver com o mínimo de combustível possível. O seguro também já está incluído (em parceria com a Mapfre). E em caso de pane o cliente pode utilizar o serviço de assistência 24 horas da Audi. Somente as reservas por hora incluem adicional por quilômetro rodado. E, no caso dos fins de semana, a retirada do carro acontece às 17 horas de sexta-feira e a entrega é feita às 9 horas da segunda.
Os preços por hora são os seguintes: R$ 45 para o A3 Sedan, R$ 60 para o Q3 e R$ 85 para o A4. Todos esses acrescentam R$ 0,70/km. Já o A6 sai por R$ 100 + R$ 1,00/km e o esportivo TT custa R$ 120 + R$ 1,15/km. Já os preços das diárias são de R$ 295 (A3), R$ 345 (Q3), R$ 395 (A4), R$ 445 (A6) e R$ 495 (TT).
Para se ter uma idéia, a empresa T2A Club, de São Paulo, cobra pelo empréstimo de um Porsche Boxster (similar ao Audi TT) os seguintes valores: R$ 475 para rodar 26,5 km, R$ 594 para rodar 34 km e R$ 760 para rodar 55,7 km. Já a empresa MC Carros Esportivos cobra R$ 240 pela diária de um Audi A3 Sedan e R$ 440 por um BMW Série 3 (similar ao Audi A4).
A grande vantagem do Audi Share é a utilização dos carros nos fins de semana. Afinal, onde se pode dirigir um TT Ambition durante 64 horas seguidas por R$ 990? Para quem quiser o luxo de um A6, o preço é de R$ 890. Já o incrível A4 Launch Edition custa R$ 790. Os mais baratos são o A3 Sedan (R$ 590) e o Q3 1.4 TFSI (R$ 690). Segundo o diretor de marketing da Audi, Herlander Zola, “as pessoas podem querer usar um desses carros por algumas horas por várias razões, inclusive para impressionar a namorada ou o namorado”. Ele disse que após os seis meses dessa primeira fase, o Audi Share será expandido para condomínios classe AAA. “Temos grande expectativa pela procura do TT, que é um carro superexclusivo”, revelou Zola.
Para os funcionários da Audi, existe também um programa que permite a utilização de um A3, por exemplo, por um ano, sem se preocupar com manutenção ou seguro, ao custo de R$ 800/mês. Segundo Zola, cerca de 100 funcionários já aderiram a esse plano.
Em relação ao mais popular programa de compartilhamento de carros do País, o Zazcar, que custa apenas R$ 8/hora + R$ 0,50/km (com taxa mínima de R$ 20), a grande diferença são os carros. Toda a frota do Zazcar é composta apenas pelo Ford Ka 1.0. Isso resolve a vida de muita gente boa, mas não daqueles que querem ter a experiência de passar um fim de semana com um Audi TT ou um Audi A6 sem tem que desembolsar pelo menos R$ 225.900 pelo esportivo ou R$ 282.900 pelo sedã.