O presidente eleito Donald Trump está comprometido com a Ásia e deseja manter a potência militar e a presença dos Estados Unidos na região, afirmou nesta quinta-feira o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, após uma conversa “franca e amistosa” com o empresário.

Durante a presidência de Barack Obama, Washington desenvolveu uma política de articulação para a Ásia-Pacífico, que incluiu o envio de militares à Austrália, em um contexto de crescente peso da China na região.

Mas Donald Trump provocou inquietação ao criticar as alianças de Washington e ao defender um enfoque menos intervencionista da política externa.

Malcolm Turnbull, que como Trump vem do mundo empresarial, destacou que o republicano é alguém “que assina acordos”.

“Não tenho dúvidas de que vai considerar o mundo de maneira muito prática e pragmática”, disse.

Durante a conversa por telefone os dois falaram sobre a presença americana na região, afirmou o premier australiano.

“As nações têm interesses nacionais tenazes e não tenho nenhuma dúvida sobre o compromisso americano na aliança, sua presença na região e seu compromisso com os aliados, e nossos vizinhos”, disse.

“Estamos convencidos de que sua presença foi um fator absolutamente essencial para a paz e a estabilidade, que permitiram um crescimento e uma prosperidade marcantes”, completou.

Mas o Tratado de Livre Comércio Transpacífico (TPP), assinado em 2015 entre Estados Unidos e 11 países da região Ásia-Pacífico, tem o futuro incerto.

O texto ainda não foi ratificado pelos Estados Unidos e depois de uma campanha em que Trump denunciou o livre comércio, suas perspectivas não são muito promissoras, admitiu Turnbull.