30/03/2023 - 21:13
Por Michael S. Derby e Ann Saphir e Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) – Três autoridades do Federal Reserve (Fed) mantiveram a porta aberta nesta quinta-feira para mais aumentos de juros com o objetivo de reduzir os altos níveis de inflação.
No entanto, duas delas destacaram que os problemas no setor bancário podem impactar a economia dos Estados Unidos de modo a desacelerar as pressões de preços mais rapidamente do que o esperado.
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“A inflação continua muito alta, e indicadores recentes reforçam minha visão de que há mais trabalho a ser feito para reduzir a inflação para a meta de 2% associada à estabilidade de preços”, disse a chefe do Fed de Boston, Susan Collins, em reunião da Associação Nacional de Economia Empresarial.
Mas Collins, que não tem voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano, também afirmou que após o aumento de 0,25 ponto percentual na semana passada, o banco central norte-americano provavelmente está perto de interromper as altas de juros.
Em declaração separada, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, que tem um voto no Fomc, também disse que a instituição tem “mais trabalho a fazer”, mas não caracterizou qual ação gostaria de ver acontecendo.
Os bancos são “fortes e resilientes”, afirmou Collins, mas provavelmente recuarão na oferta de crédito, o que, por sua vez, pesará na atividade econômica geral. “Esses desdobramentos podem compensar parcialmente a necessidade de aumentos adicionais de juros.”
O chefe do Fed de Richmond, Thomas Barkin, disse em discurso que a política monetária precisa ser “ágil” nas circunstâncias atuais. Ele também afirmou que as questões do setor financeiro podem ajudar o banco central a cumprir a missão de levar a inflação de volta a 2% mais rapidamente.
“É possível que o aperto das condições de crédito, juntamente com o efeito defasado de nossas mudanças nos juros, reduza a inflação de forma relativamente rápida”, disse Barkin, embora ainda haja uma série de razões pelas quais pode levar tempo para que a pressão de preços diminua. Barkin não vota este ano no Fomc.
(Reportagem de Michael S. Derby)