Na última edição de DINHEIRO, o presidente da Lenovo informou que está interessado em uma nova aquisição no Brasil e a revista apurou que o alvo seria a companhia paranaense Positivo Informática. Logo na segunda-feira 17, a Positivo informou que não está em negociações com a Lenovo. Mesmo assim, a repercussão da notícia fez as ações da companhia presidida por Hélio Bruck Rotemberg subirem 6,38% no primeiro pregão após a revista chegar às bancas.

 

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Rotemberg: não há negociações

 

Até a quinta-feira 20, a alta havia encolhido para 2%. Em relatório, analistas da Ativa consideram a eventual aquisição benéfica para a empresa brasileira, já que o terceiro trimestre trouxe resultados fracos e as ações caíram cerca de 55% em 2010. Mesmo assim, eles avaliam que não vai ser fácil sair negócio. “Em 2008 a Lenovo chegou a oferecer R$ 18 por ação pelo controle da companhia e a Positivo recusou. Portanto, o preço terá de ser maior agora para que o negócio seja fechado, o que consideramos ser difícil neste momento”, escreveu a analista Luciana Leocadio em relatório.

 

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Destaque no pregão


Novas regras para os empréstimos

 

O Banco Central (BC) deverá divulgar novas regras para o sistema financeiro ainda em janeiro. Entre elas a proibição de cobrança de comissão por comerciantes que intermedeiam a concessão de empréstimos, como os vendedores de automóveis, e a regulamentação que define que correspondentes bancários, como farmácias e lotéricas, não são bancos. Esses assuntos têm sido intensamente discutidos entre o governo e a Febraban, cujos membros temem ter de estender os benefícios de seus funcionários a trabalhadores 

do setor comercial.

 

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Palavra de analista

 

Apesar da preocupação dos bancos com as medidas do BC, os analistas acreditam que o impacto nas ações será reduzido. “O crédito ainda vai crescer em 2011”, diz o analista Osmar Camilo, da corretora Socopa. Ele está otimista com o desenvolvimento dos empréstimos, apesar das restrições adotadas em dezembro passado. Entre os bancos de capital aberto a principal aposta da corretora é o Banco do Brasil, que tem recomendação de compra.

 

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Varejo


Pão de Açúcar: vendas sobem em 2010

 

O Grupo Pão de Açúcar, de Abilio Diniz, anunciou, na terça-feira 18, uma alta de 37,8% nas vendas brutas em 2010, para R$ 36,1 bilhões. No quarto trimestre, as lojas com no mínimo 12 meses de operação venderam 11,5% mais. Esse avanço já era previsto pelo mercado e, por isso, os papéis caíram 1,2% nos dois dias seguintes. Ainda assim, Paulo Esteves, analista-chefe da Gradual Investimentos, vê boas perspectivas. “O grupo vem realizando aquisições bem-sucedidas”, diz.

 

 

Maiores altas da semana

 

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Maiores baixas da semana

 

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As 10 mais negociadas do Ibo­ves­pa

 

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Desempenho das empresas por setor de atividade econômica

 

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Termômetro do mercado

 

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Bolsa no mundo

 

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Educação financeira

 

Análise Técnica Clássica apresenta ferramentas para aprimorar seus métodos no estudo da análise gráfica no Brasil.Flávio Lemos usa análises técnica, quantitativa e de riscos, e aborda teorias sobre o movimento dos preços. O livro traz casos como o de Naji Nahas, de 1989, e sua influência sobre o mercado. (Saraiva, 360 páginas, R$ 49)

 

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Quem vem lá


International Meal quer servir ações

 

Criada em 2006 e dona de marcas como Frango Assado, o grupo de alimentação International Meal quer servir seu prato no mercado. A companhia, que pertence ao Fundo Advent International, registrou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um pedido para sua oferta pública de ações (IPO), na qual pretende emitir ações ordinárias em ofertas primária e secundária. Sob coordenação do BTG Pactual, o pedido foi enviado para a CVM em 17 de janeiro.

 

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Fique de olho: além do Brasil, a companhia atua no México, em Porto Rico e na República Dominicana. São 214 restaurantes próprios e 8 mil funcionários. Em 2010, a receita líquida do grupo chegou a R$ 750 milhões, com margem ebitda ajustada de 16%.

 

 

Touro x urso

 

O Ibovespa voltou ao patamar dos 69 mil pontos, que tinha sido registrado só no fechamento do primeiro pregão de 2011. O índice marcou 69.561 pontos na quinta-feira 20, primeiro pregão após o Copom elevar a Selic para 11,25% ao ano. A queda foi de 0,71% no dia e de 1,64% na semana. As ações mais relevantes na bolsa, como Vale, Petrobras e as empresas de varejo, apresentaram fortes recuos devido ao maior pessimismo do mercado. Nesta semana, os principais indicadores a ser divulgados no Brasil são a Confiança do Consumidor de janeiro, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FV), previsto para a quinta-feira 27, e o IGP-M de janeiro, agendado para a sexta-feira 28. Nos Estados Unidos, o principal indicador é o PIB de 2010, previsto para a sexta-feira 28.

 

 

Aquisições em série

 

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Bossolani, RI da Dasa: 20 empresas para comprar

 

A agressiva política de aquisições e a reestruturação interna que começou em 2009 e terminou em 2010 foram os princípios ativos da fórmula de crescimento da Dasa. As ações da líder brasileira em medicina diagnóstica acompanharam o desenvolvimento da economia e subiram 58,9% em 2010. “A Dasa tem feito suas aquisições de maneira saudável, com bons preços para os ativos, o que torna essa estratégia muito positiva”, diz Iago Whately, da Fator Corretora. Tharso Bossolani, diretor de Relações com Investidores da Dasa, conversou com a DINHEIRO sobre o desempenho dos papéis e sobre a estratégia de compras.

 

DINHEIRO – O que permeou o desempenho do setor de saúde em 2010?


THARSO BOSSOLANI – A população está envelhecendo e fazendo mais exames. Além disto, o crescimento da economia e dos empregos formais aumenta as contratações e a demanda por planos de saúde empresariais. 

 

 

DINHEIRO – Como é a distribuição da receita da empresa?


BOSSOLANI – Cerca de 60% vêm de atendimentos por planos de saúde. Os serviços prestados a laboratórios e hospitais têm 20%, o setor público representa 12% e os clientes individuais, 8%. 

 

 

DINHEIRO – O que colaborou com o desempenho dos papéis em 2010?


BOSSOLANI – Entre 2009 e 2010, fizemos uma reestruturação na empresa e elevamos a nossa rentabilidade. Fechamos unidades ineficientes, incorporamos empresas já adquiridas, renegociamos preços com fornecedores e mudamos a cultura interna. 

 

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DINHEIRO – Foram necessárias demissões durante este processo?


BOSSOLANI – Sim, demitimos o mínimo possível de pessoas. O número não chegou a 600 funcionários, a maioria nas áreas administrativas. Atualmente empregamos cerca de 15 mil pessoas.

 

 

DINHEIRO – A Dasa tem uma estratégia de crescer por aquisições. Por quê?


BOSSOLANI – É a melhor maneira de entrarmos em novos mercados, com marcas que já possuem credibilidade.

 

 

DINHEIRO – Quais novas aquisições vocês planejam?


BOSSOLANI – Temos entre 15 e 20 companhias em nosso radar, principalmente em regiões onde não temos presença ou nossa participação é pequena.

 

 

DINHEIRO – Como manter um bom nível de caixa para sustentar estas compras?


BOSSOLANI – Buscamos uma geração de caixa eficiente , evitando financiamentos. Recentemente, fizemos uma captação no mercado, o que nos ajuda a gerar recursos para aquisições. 

 

 

Pelo mundo

 

BP na Rússia – A empresa British Petroleum (BP) e a russa Rosneft assinaram acordo de exploração conjunta das jazidas de hidrocarbonetos no Ártico por meio de um intercâmbio de ações, na sexta-feira 14. Com o acordo, a BP vai possuir 9,5% da estatal russa,    que, por sua vez, terá 5% das ações da petrolífera britânica.

 

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US$ 2,1 tri em fusões e aquisições - Um levantamento global da Mergermarket mostra que as fusões e aquisições em 2010 cresceram 24,7% em relação a 2009 e totalizaram US$ 2,1 trilhões. Os países emergentes respondem por 26,6% das operações, sendo 13,7% nos BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China. Fusões envolvendo capital estrangeiro compuseram 38,1% de toda a atividade em 2010, a mais alta desde 2008 (42,4%).

 

Lecro recorde da Intel - A Intel anunciou na quinta-feira 13 receita anual de US$ 43,6 bilhões e lucro líquido de US$ 11,7 bilhões, valor 167% maior que em 2009. “Acredi-tamos que 2011 será ainda melhor”, disse Paul Otellini, presidente e CEO da empresa americana.

 

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Com Jaqueline Mendes e Lilian Sobral