23/01/2019 - 7:20
A Avianca contratou a Galeazzi & Associados, consultoria especializada em reestruturação de empresas e conhecida por realizar cortes drásticos de custos, para assessorá-la financeiramente em seu processo de recuperação judicial. A Galeazzi já tem participado da renegociação das dívidas da companhia aérea com credores e nas conversas com eventuais investidores, entre eles o fundo Elliott.
Segundo fontes próximas à Avianca, três investidores estão analisando a possibilidade de realizar um aporte na empresa. A agência de notícias Bloomberg havia informado, na última sexta-feira, que o fundo Elliott é um dos que vem negociando – informação que foi confirmada pelo Estado.
O Elliott, do bilionário americano Paul Singer, é conhecido por comprar empresas em dificuldades – chegou a olhar a operadora Oi, por exemplo. Foi também um fundo de Singer que adquirir a dívida da Argentina, em 2002, após o país ter dado calote. Conseguiu, 14 anos depois, receber até 15 vezes o valor investido inicialmente. O Estado apurou, porém, que as conversas com o Elliott ainda estão em fase inicial.
Uma injeção de capital daria uma alívio à empresa, que foi a única das aéreas nacionais a não receber aporte nos últimos anos. Em 2018, as companhias do setor sofreram com a alta do dólar e do petróleo, além de queda de demanda em decorrência da greve dos caminhoneiros.
A Galeazzi e a Avianca fecharam contrato pouco antes do ano novo. Desde o início de janeiro, três funcionários da consultoria trabalham na companhia aérea. Segundo fonte próxima ao caso, está sendo analisada qual será a capacidade de pagamento da Avianca após a o processo de redução das operações – a frota diminuirá de 57 para 38 aeronaves.
Em recuperação judicial desde dezembro, a Avianca tem quase R$ 500 milhões em dívidas e está brigando na Justiça para não perder seus aviões. Ela tem até 1.º de fevereiro para apresentar uma proposta de pagamento às empresas que arrendam as aeronaves. Caso não seja fechado nenhum acordo, a Justiça poderá decretar a reintegração de posse dos aviões automaticamente.
Procuradas, Avianca e Galeazzi não se pronunciaram. A reportagem não conseguiu contato com o Elliott.