O avião da Lamia, que caiu na Colômbia na madrugada de terça-feria e  deixou 71 mortos, entre eles grande parte da delegação da Chapecoense,  não respeitou o plano de se reabastecer de combustível em Bogotá,  informou nesta quarta-feira uma fonte da companhia.

“O avião deveria ter reabastecido em Bogotá”, mas seguiu até  Medellín, afirmou ao diário Página Siete Gustavo Vargas, representante  da companhia aérea.

A principal hipótese para o acidente é uma falta de combustível do  avião fretado que transportava a delegação da Chapecoense e jornalistas  desde a cidade boliviana de Santa Cruz, onde haviam chegado após voo  comercial oriundo de São Paulo.

“O piloto é quem toma a decisão de não pousar, porque pensou que tinha combustível suficiente”, insistiu Vargas.

De acordo com o funcionário, “no plano de voo havia a opção da  aeronave parar em Cobija (fronteira boliviana com o Brasil), mas logo se  falou da opção de Bogotá para reabastecer”.

Uma investigação está em andamento pelas autoridades colombianas, com  a ajuda de técnico da Direção Geral de Aeronáutica Civil da Bolívia.  ”Temos que investigar o motivo do piloto ter decidido ir direto a  Medellín”, explicou Vargas.

A investigação se baseia a partir “de provas técnicas, documentais e  de rigor” do avião acidentado, uma aeronave BA 146 que caiu na noite de  segunda para terça-feira em uma remota zona a 3.300 metros de altura  quando estava chegando ao destino, o aeroporto de Rionegro, nos  arredores de Medellín.

Alfredo Bocanegra, diretor da Aeronáutica Civil da Colômbia, declarou  que “não se compreende como o piloto não se declarou em emergência se  estava sem combustível”.

O avião caiu com 77 pessoas a bordo: 68 passageiros e nove  tripulantes, dos quais sobreviveram seis: três jogadores, uma comissária  de bordo, um técnico de voo e um jornalista, todos internados em  hospitais perto de Rionegro.