Uma aeronave (Airbus A350-1000) da companhia British Airways foi atingida na tarde dessa sexta-feira, 24, por um raio enquanto estava estacionado no pátio de manobras do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Um vídeo do momento viralizou nas redes sociais e foi citado até na imprensa britânica, como no site Independent.

De acordo com a concessionária GRU Airport, a descarga elétrica não causou danos significativos à aeronave. Em nota, a empresa disse que a manutenção da companhia aérea foi prontamente acionada e iniciou as inspeções preventivas. Procurada pela reportagem, a British Airways não se manifestou.

“O incidente ocorreu devido à altura da empenagem da aeronave, que pode aumentar a probabilidade de incidência durante tempestades elétricas. No entanto, eventos como este são raros, e aeronaves modernas são projetadas para suportar descargas elétricas de forma segura”, informou.

O especialista em aviação Lito Sousa explicou, em uma thread no X, que raios raramente causam danos significativos a aeronaves devido a características específicas de design. No caso do Airbus A350, que é feito de material composto (plástico reforçado com fibra de carbono), a fuselagem recebe camadas de cobre e conexões metálicas que criam um caminho seguro para a descarga elétrica ser dispersada. Ele destacou ainda que até os pneus dos aviões possuem uma malha metálica para evitar o acúmulo de estática.

Apesar disso, explicou, uma inspeção minuciosa é sempre necessária após o incidente. No caso do A350 da British Airways em Guarulhos, o atraso no voo ocorreu porque a manutenção precisou verificar o ponto de entrada e saída do raio e outros possíveis impactos, o que demanda tempo, mas é essencial para garantir a segurança antes da decolagem.

Na véspera do aniversário de São Paulo, uma forte chuva acompanhada de rajadas de vento e granizo, que durou cerca de duas horas, alagou ruas e estações de metrô. Na Estação Jardim São Paulo, na zona norte, vídeos mostraram passageiros se segurando no corrimão para que não fossem levados pela enxurrada.

A tempestade causou também causou estragos, com desabamentos e correntezas arrastarem carros pelas ruas, principalmente nas regiões norte e oeste. Um artista plástico de 73 anos morreu em casa, em Pinheiros, na zona oeste, após as águas invadirem o imóvel.

Além do incidente com o avião na sexta, as condições meteorológicas adversas causaram outros transtornos operacionais, de acordo com a GRU Airport. No total, 24 voos precisaram ser alternados para outros aeroportos, dos quais 22 retornaram a GRU posteriormente.

Houve ainda o cancelamento de 15 pousos e 18 decolagens. A chegada de tripulantes também foi impactada pelos ventos e chuvas, atrasando o início de algumas operações.

“Adotamos protocolos rigorosos de segurança e proteção contra raios, como a transmissão de alertas sobre condições climáticas adversas por meio das fonias operacionais, o afastamento das escadas das aeronaves, o uso de calços para evitar movimentações indesejadas, a interrupção do abastecimento de aeronaves durante tempestades, além de pontos de aterramento nas posições das aeronaves e sistemas de proteção contra descargas elétricas”, acrescentou a GRU Airport.